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Setor de turismo teme prejuízos com avanço do novo coronavírus

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Apesar de não haver levantamento do setor, empresários brasilienses do ramo de viagens comentaram ao Correio sobre o impacto no mercado após o aumento de contaminação pela doença

Para quem for viajar, o ideal é manter a higienização das mãos e evitar proximidade com pessoas doentes
(foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)
Com 55 casos suspeitos e um confirmado no Distrito Federal, o coronavírus começa a assustar os viajantes brasilienses. Por causa da doença, o mercado de turismo da capital já avalia os impactos. Apesar de não haver levantamentos do setor, o Correio conversou com agências de viagens que se queixam da queda de vendas, principalmente para pacotes internacionais. Com a proximidade do feriado da Semana Santa, os empresários estão em alerta.
Diretor de uma agência de viagens na Asa Norte, Igor Heuse Nascimento, 30 anos, comenta que teve alguns cancelamentos de viagens com o aumento da contaminação por coronavírus. Entretanto, ele afirma que pessoas que estão com viagens agendadas para o segundo semestre seguem confiantes. “Um cliente estava com viagem marcada para Itália agora em maio, e ele decidiu adiá-la para setembro. De fato, no começo, o pessoal assusta um pouco”, conta.
A agência onde Igor trabalha atende a muitos grupos escolares. “Estamos com uma viagem agendada para Salvador. Tivemos reunião com os pais dos alunos, que estão mais tranquilos, mas sempre fazem perguntas e estamos informados para responder”, frisa. Uma prática adotada pela agência do empresário é de munir os guias com álcool em gel. “Estamos sempre reforçando esses padrões de higiene e de segurança”, ressalta.
Na empresa de Carlos Vieira, 55, também na Asa Norte, as viagens nacionais seguem quase sem alterações, mas as internacionais sofreram transferência de data. “Percebemos que as pessoas estão reticentes, mas não observamos cancelamentos. A expectativa é de que esse problema não se alastre para os voos domésticos”, diz. O empreendedor lembra que o país passou por outras crises na saúde, e ele encara o imprevisto como natural. “Tivemos a gripe aviária, a suína, vaca louca e outras catástrofes, que são coisas naturais. Por exemplo, temos a dengue, que mata muito mais, mas falamos pouco dela”, reforça. Carlos completa, porém, que as expectativas para as vendas para o feriado da Semana Santa eram maiores. “A gente sempre espera mais, não está aquela coisa aquecida. É uma data religiosa em que há procura por destinos com essa motivação”, lembra o empresário.
A reportagem entrou em contato com a Inframérica, à frente da administração do Aeroporto Internacional de Brasília, entretanto, o consórcio informou que o próximo levantamento deve ser divulgado na primeira semana de abril, próximo ao feriado da Semana Santa. O Correio também procurou a Associação Brasileira de Agência de Viagens do DF (Abav-DF) para comentar o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Cancelamento

Antes de o coronavírus chegar ao Brasil, o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF), vinculado à Secretaria de Justiça (Sejus), emitiu orientações para viajantes com passagens compradas para países com maior notificação da doença. De acordo com o órgão, os consumidores com viagens marcadas podem fazer alterações ou cancelamentos sem custos adicionais.
De acordo com o Procon, o cliente deve, inicialmente, procurar a empresa para tentar resolver o problema. Entretanto, caso não seja possível fazer a alteração, o consumidor pode pedir o valor integral de volta. O risco à vida, à saúde e à segurança garantem esse tipo de serviço. Se não for possível resolver o problema na agência, o interessado pode acionar o Procon.

Vai viajar?

O infectologista Werciley Júnior, chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Grupo Santa Lúcia, dá dicas de como evitar uma contaminação na hora de pôr o pé na estrada.
» Os cuidados para aqueles que vão viajar são os mesmos do dia a dia: manter a higienização das mãos e evitar proximidade com pessoas doentes;
» Quem estiver doente e apresentando espirros ou tosse, o ideal é usar máscara. Além disso, essa pessoa deve evitar tocar em corrimãos e cumprimentar pessoas com toques, diminuindo o contato;
» Dentro de aviões, por exemplo, há filtros de ar que fazem a renovação dele constantemente. Por isso, a chance de contrair a doença dentro da aeronave é um pouco reduzida;
» Quem viajar e, posteriormente, apresentar sintomas da doença, deve procurar uma assistência hospitalar para passar por exames;
» É ideal que as pessoas entendam que o coronavírus é novo e, basicamente, todo mundo é suscetível a ele. A grande maioria pega por proximidade, por isso, há a importância de higienizar as mãos e evitar a proximidade;
» No Brasil, estamos na fase de contenção de infecção e ainda não é recomendado suspender viagens. Se o viajante seguir as recomendações de higiene, pode fazer uma viagem tranquila e sem problemas.
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