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Setor de serviços atinge patamar recorde e fecha 2022 com alta de 8,3%

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Desempenho da atividade no ano surpreendeu analistas. Segmento de transportes impulsionou alta

(Rovena Rosa/Agência Brasil)

O setor de serviços expandiu 3,1% em dezembro e levou o setor a encerrar o ano de 2022 com alta recorde de 8,3%. É o que revelam os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.

O valor veio acima do esperado pelo mercado. Analistas projetavam alta de 1,1% para dezembro e um crescimento de 4% na comparação anual, segundo mediana das 26 estimativas coletadas pelo Valor Data

O setor de serviços, que reúne atividades voltadas às empresas e consumidores finais, representa 70% do PIB nacional. O desempenho da atividade no ano passado foi favorecido pela continuidade do processo de reabertura econômica pós-pandemia. Houve normalização do funcionamento das atividades que dependem do contato presencial, como é o caso de salões de beleza, bares, restaurantes e outros serviços prestados às famílias.

Não por acaso o segmento de transportes impulsionou a alta do setor no ano, com destaque para o ramo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (13,3%), a principal influência para o resultado anual.

Para o analista da pesquisa do IBGE, Luiz Almeida, a intensificação na retomada de serviços presenciais após o período de distanciamento social ao longo de 2020 e 2021 ajuda a explicar a expansão em 2022.

“O setor de transportes cresce desde 2020, mas com dinâmica diferente: inicialmente, por causa da área de logística, com alta nos serviços de entrega, em substituição às compras presenciais. Já em 2022, há a manutenção da influência do transporte de carga, puxado pela produção agrícola, mas também pela reabertura e a retomada das atividades turísticas, impactando o índice no transporte de passageiro”, explica o pesquisador.

O que esperar para 2023?

O ano de 2023, porém, tende a não ser animador para o setor de serviços, na visão de analistas. Isso porque a atividade econômica como um todo tem desacelerado. Há um esgotamento do consumo em meio aos juros altos e crédito mais caro. Ainda assim, entre as três atividades que compõem o PIB (indústria, comércio e serviços), o terceiro tende a ser o último a sentir esses efeitos.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) do FGV IBRE caiu 2,7 pontos em janeiro, para 89,5 pontos, ficando no menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 89,2 pontos.

“O cenário para os próximos meses não parece ser facilmente revertido dado que as questões macroeconômicas envolvidas nessa desaceleração devem permanecer por algum tempo. A cautela dos empresários é percebida em suas projeções para o curto prazo com queda na demanda prevista, contratações e na tendência dos negócios para os próximos seis meses”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.

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