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Selic no fim de 2023 segue em 12% ao ano, aponta Focus

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(Foto/Thinkstock)

A expectativa para a taxa Selic no fim deste ano ficou estável no Boletim Focus. A mediana para os juros básicos no fim de 2023 continuou em 12,00%. Para o término de 2024 também se manteve, em 9,50%. Há um mês, as estimativas eram de 12,25% e 9,50%, nessa ordem. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.

Considerando apenas as 41 respostas dos últimos cinco dias úteis a mediana para o fim de 2023 também continuou em 12,00%. Para o fim de 2024, seguiu em 9,50%, com 41 atualizações na última semana.

Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, o Banco Central (BC) expôs que a maioria do colegiado já vê condições para uma queda de juros na próxima reunião, em agosto, se o processo desinflacionário e de reancoragem de expectativas continuar.

Em entrevista coletiva após o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o comunicado, na avaliação do colegiado, já tinha deixado essa “porta aberta”, apesar de o texto não ter trazido sinalização clara sobre o assunto.

O boletim ainda mostrou que a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. Já a projeção para a Selic no fim de 2026 seguiu em 8,75%, mesmo patamar de um mês antes.

IPCA

Após a deflação de 0,08% no IPCA de junho, a expectativa inflacionária para 2023 ficou estável em 4,95% no Boletim Focus. Um mês antes, a mediana era de 5,12%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção continuou em 3,92%. Há um mês, era de 4,00%.

Considerando somente as 60 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,90% para 4 92%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta seguiu em 3,83%, considerando também 60 atualizações no período.

Nos horizontes mais longos, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 3,60% para 3,55%. Por outro lado, houve manutenção na estimativa para 2026, em 3,50%. Há um mês, ambas as projeções eram de 3,80%.

No fim de junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta inflacionária de 2026 em 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%, assim como nos anos de 2024 e 2025. Para 2023, o alvo central é de 3,25%, com piso de 1,75% e teto de 4,75%.

Com a manutenção do patamar de 3,0%, se encerrou a dúvida que trazia ansiedade ao mercado financeiro desde o início do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou questionamentos sobre se esse nível seria adequado à economia brasileira. A incerteza sobre o tema era apontada pelo Banco Central como principal fator a explicar a desancoragem das expectativas de inflação em prazos longos, como 2025 e 2026.

As projeções do Boletim Focus continuam acima da meta. Para 2023 a mediana ainda indica estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas superam o alvo central de 3,0%. Atualmente, as projeções do BC para o IPCA são de 5,0% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,1% em 2025.

Meses

Os economistas do mercado financeiro atualizaram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses, de 4,22% para 4,20%, de 4,18% há um mês.

No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário. Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, não deram previsão de quando o ato do Executivo será publicado.

Como mostrou o Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, defende a continuidade da realização da justificativa sobre o descumprimento da meta uma vez ao ano, mas no caso de o IPCA estourar o teto em qualquer momento durante os 12 meses aferidos.

PIB

O Boletim Focus trouxe melhora na projeção de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 2,19% para 2,24%, contra 2,14% há um mês. Considerando apenas as 33 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 2,18% para 2,24%.

Para 2024, o Relatório Focus também mostrou melhora na estimativa de crescimento do PIB, de 1,28% para 1,30%, ante 1 20% de um mês atrás. Considerando apenas as 31 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 permaneceu em 1,20%.

Em relação a 2025, a mediana variou de 1,80% para 1,88%, ante 1 80% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que avançou de 1,88% para 1,90%, contra 1,99% de um mês atrás.

No fim de maio, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. Mas o secretário de Política Econômica (SPE) da Fazenda, Guilherme Mello, disse ao Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o resultado pode ficar mais perto de 2,5%. No Banco Central, a estimativa atual é de 2,0%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.

Dívida/PIB

O Boletim Focus mostrou um cenário de alteração nas projeções para as contas públicas este ano na edição publicada hoje. A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 60,60% para 60,52%, ante 60,60% de um mês atrás.

Para o déficit primário em relação ao PIB este ano, a mediana seguiu em 1,00%, contra 1,01% um mês antes. O Ministério da Fazenda sustenta que deve entregar um resultado deficitário de 1 0% do PIB em 2023, ou menor. Já a estimativa para o déficit nominal este ano recuou de 7,70% para 7,64% do PIB, de 7,77% há um mês.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

2024

Para o próximo ano, a estimativa para a dívida líquida ficou estável, em 64,00%. Há quatro semanas, a expectativa era maior, de 64,20% do PIB. Já o déficit primário esperado para 2024 se manteve em 0,80%, longe da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB). O déficit nominal projetado na Focus permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais já estavam nesse patamar.

Déficit em conta corrente

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana.

A projeção deficitária seguiu em US$ 43,07 bilhões, ante US$ 45 29 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit continuou em US$ 50,40 bilhões, ante US$ 51,02 bilhões há quatro semanas.

Em relação ao superávit da balança comercial em 2023, a projeção avançou de US$ 64,00 bilhões para US$ 65,00 bilhões, contra US$ 61,15 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária subiu de US$ 57,85 bilhões para US$ 60,00 bilhões, de US$ 57,80 bilhões quatro semanas antes.

Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.

A mediana das previsões para o IDP em 2023 passou de US$ 79,50 bilhões para US$ 80,00 bilhões, de US$ 79,00 bilhões há um mês. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 24ª vez.

Dólar

O cenário esperado para o câmbio brasileiro em 2023 ficou estável no Relatório de Mercado Focus desta semana, enquanto a perspectiva para a moeda em 2024 mostrou leve recuo.

A estimativa para o câmbio este ano continuou em R$ 5,00, mesmo nível de um mês antes. Para 2024, a mediana passou de R$ 5,06 para R$ 5,05, contra R$ 5,10 quatro semanas antes.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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