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Safra de arroz deve ter quebra este ano: o que acontece com os preços?

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Mudanças climáticas prejudicam plantações no Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção brasileira, e guerra na Ucrânia pressiona mercado global

(Getty Images/Getty Images)

Emperaturas acima da média no verão deste ano devem provocar uma quebra de safra de arroz de 9% no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção do cereal no país, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O último boletim da Consultoria Agro Itaú BBA, do banco Itaú, obtido com exclusividade por EXAME, aponta que os fenômenos climáticos que atingiram o Sul do país prejudicaram o volume da colheita como e a qualidade do arroz a ser entregue para a indústria. As perdas aconteceram principalmente nas regiões da Fronteira Oeste e Campanha.

Com a proximidade do final da colheita, já é possível estimar os resultados da safra atual. A produção total deve chegar a 10,6 milhões de toneladas, cerca de 8,5% a menos do que na última temporada. “Com a desvalorização do Real, a competitividade para a exportação aumentou e estimulou as vendas externas do cereal, enxugando o mercado temporariamente”, na visão da consultoria.

Os preços ao consumidor tiveram um aumento de 21%, em média, no início do ano, em um raro movimento de alta no período. No mercado internacional, o aumento foi de 2%, segundo o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) da França. A guerra na Ucrânia, que desarranjou o mercado global de grãos, levou os importadores de milho e trigo a buscar mais o arroz para compor a ração animal, de acordo com o órgão, elevando a cotação global do alimento.

A boa notícia é que safra nos Estados Unidos deve ser recorde, atingindo 765 milhões de toneladas. Com isso, o balanço mundial tende a ficar mais confortável, na visão do Itaú. “Se considerarmos as cotações do arroz no Vietnã, houve alta dos preços locais de 4% em abril frente a fevereiro de 2022, contudo, se considerarmos o mesmo período do ano passado, o cereal está 14,9% abaixo do valor que era comercializado”, analisa o banco. “Em Chicago, no entanto, o preço do arroz em casca ganhou força nas últimas semanas em função do clima seco e da redução da área do cereal”.

Para a safra do ciclo 2022/2023 nos Estados Unidos, que começou a ser plantada, a projeção é de uma redução de cerca de 4,7% em relação ao ciclo anterior, o que também ajuda a explicar o aumento de preços na Bolsa de Chicago. No mercado asiático, também tem sido observados movimentos de alta “em função do aumento dos custos logísticos, de combustíveis e a apreciação das moedas locais”, segundo o Itaú

(Exame)

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