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Putin diz que não haverá novo acordo de grãos até que Ocidente atenda exigências russas

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(Mikhail Klimentyev/Getty Images)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira, 4, que está disposto a voltar com o acordo de grãos somente se os países aliados da Ucrânia facilitarem as exportações agrícolas russas. O líder russo se reuniu com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para uma reunião bilateral.

“Faremos isso quando os acordos sobre as restrições às exportações de produtos agrícolas russos forem aplicados”, declarou Putin durante uma entrevista coletiva. Putin disse que se esses compromissos fossem honrados, a Rússia poderia regressar ao acordo “nos próximos dias”.

E acrescentou que Moscou está perto de finalizar um acordo para fornecer cereais gratuitos a seis países africanos. O líder russo afirmou também que a Rússia enviará 1,1 milhão de toneladas de grãos baratos para a Turquia para processamento e entrega aos países pobres.

Erdogan disse que seu país havia feito “novas propostas” para reativar o acordo sobre a exportação de cereais ucranianos pelo mar Negro, alcançado no verão de 2022 com mediação da Turquia e da ONU e suspenso pela Rússia em julho.

Para além dessas declarações, os dois dirigentes não fizeram anúncios mais concretos sobre uma reativação do pacto dos cereais nas próximas semanas, o que permitiria a exportação das safras de outono (primavera no Brasil) da Ucrânia, um dos maiores exportadores de grãos e óleo do mundo e do qual depende o mercado alimentício mundial.

A conversa entre os líderes ocorreu depois que as negociações na quinta-feira passada entre os principais diplomatas dos países em Moscou terminaram sem nenhum progresso aparente na ressurreição do acordo. Nesse encontro, a Rússia entregou uma lista de ações que o Ocidente teria de tomar para que as exportações ucranianas fossem retomadas.

A reunião durou cerca de 90 minutos, segundo a agência de notícias estatal russa Tass. O encontro ocorreu em Sóchi, um resort russo no Mar Negro, onde se também reuniram em agosto, pouco depois de o acordo original ter sido finalizado.

Acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia

O presidente turno costurou em julho do ano passado o acordo assinado por Rússia e Ucrânia com a ONU, que permitiu à Ucrânia exportar alimentos com segurança pelo Mar Negro. A medida foi considerada vital para o abastecimento global de alimentos, especialmente na África, Oriente Médio e Ásia. Os dois países em guerra são grandes fornecedores de trigo, cevada, óleo de girassol e outros produtos dos quais dependem os países em desenvolvimento.

Os russos se recusaram a renovar o acordo em julho deste ano, alegando que um novo acordo que prometia remover obstáculos às exportações russas de alimentos e fertilizantes não tinha sido honrado. Também afirmou que as restrições ao transporte marítimo prejudicaram o seu comércio agrícola, apesar de ter embarcado quantidades recordes de trigo desde o ano passado. Moscou bombardeou repetidamente as instalações de cereais ucranianas e ameaçou navios civis que se dirigiam para portos ucranianos. Desde o fim do acordo, Erdogan se comprometeu repetidamente a ajudar em sua renovação. No entanto, de antemão, analistas previram que Putin conduziria uma negociação difícil.

Com Estadão Conteúdo e AFP. 

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