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Policial que causou acidente que matou criança de 10 anos ‘pode ir para área administrativa’, diz PMDF

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A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) avalia transferir, para área administrativa, o soldado envolvido em um acidente que matou uma criança de 10 anos, na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), nesta terça-feira (16). Carlos Roberto de Carvalho Neto, de 26 anos, estava de folga e é investigado por ingerir bêbada alcoólica ao dirigir.

O acidente foi durante a madrugada. O carro conduzido pelo policial bateu no veículo da família da criança que, com o impacto do choque, capotou. Lucas Cavalcante Andrade morreu no hospital e os pais dele ficaram feridos.

Dentro do veículo do soldado, havia uma garrafa de cerveja vazia. Militares que atenderam a ocorrência disseram que o colega se recusou a fazer o teste do bafômetro. Mais de quatro horas depois, o exame feito pela Polícia Civil não constatou embriaguez (saiba mais abaixo).

Em nota, a PM informou que “a situação será avaliada pela corporação para realocar o policial em função administrativa”.

Carro em que família estava capatou com o impacto da batida — Foto: TV Globo/Reprodução

Carro em que família estava capatou com o impacto da batida — Foto: TV Globo/Reprodução

‘Lapso temporal grande’

Segundo o delegado Diogo Carneiro de Oliveira, da 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas, houve um “lapso temporal grande” entre o momento do acidente e o exame de embriaguez feito pelo Instituto Médico Legal (IML). Os bombeiros foram acionados às 1h, porém, o militar só foi passou por avaliação médica por volta das 5h.

Conforme o delegado, “apesar de o exame ter dado negativo, há outros meios que podem provar a ingestão de bebida alcoólica”. Uma foto divulgada pelo policial nas redes sociais (veja abaixo), mostra que ele estava em um bar por volta das 19h de segunda-feira (15).

Motorista que causou acidente estava em bar horas antes, mostra registro em rede social — Foto: Instagram/Reprodução

Motorista que causou acidente estava em bar horas antes, mostra registro em rede social — Foto: Instagram/Reprodução

O delegado informou ainda que os pais das crianças e os policiais envolvidos na ocorrência serão ouvidos. Um inquérito foi aberto para apurar a condução da ocorrência.

Versões

Na delegacia, o soldado Carlos Roberto de Carvalho Neto contou que estava em Samambaia, na casa de um amigo, e que ia para casa, na região do Cruzeiro. O militar disse que, na EPNB, foi fechado por um veículo e que, ao frear, bateu no carro da família de Lucas.

Corpo de Bombeiros na EPNB após acidente, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Corpo de Bombeiros na EPNB após acidente, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

O PM disse que, devido à “rapidez dos fatos”, não saberia informar qual veículo “fechou” o carro dele e nem se a batida foi na traseira ou na lateral do outro veículo. Carlos disse ainda que desceu do automóvel para socorrer as vítimas.

Lucas voltava do hospital na hora do acidente

 Lucas Cavalcante Andrade morreu após acidente na EPNB, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Lucas Cavalcante Andrade morreu após acidente na EPNB, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Um tio de Lucas disse à reportagem do TV Globo que o sobrinho passou mal à noite, e que voltava do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) no momento do acidente. De acordo com o homem, que se identificou como Wilton, os pais da criança estão em estado de choque.

O menino era o filho mais novo do casal e sonhava em ser médico. O tio contou que Lucas era muito estudioso e que nesta terça-feira (16) iria tirar fotos para a formatura do colégio.

Segundo Wilton, o pai de Lucas contou que não viu o carro do soldado porque o veículo do policial estava com os faróis apagados. “Quando ele percebeu o carro, já foi na hora do impacto”, afirmou.

O corpo de Lucas será velado nesta quarta-feira (17), no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O sepultamento está marcado para às 15h.

Bafômetro e liberação

O PM não se feriu e só foi conduzido para a delegacia uma hora e meia após o acidente. Durante esse tempo, o teste de alcoolemia não foi realizado porque, segundo a Polícia Militar, o exame seria feito na delegacia.

No entanto, na delegacia, o soldado também não fez o teste. Somente por volta das 5h, mais de 4 horas depois da batida, o soldado foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). Os exames clínicos não constataram embriaguez – Carlos Roberto de Carvalho Neto foi avaliado por um médico e não foi feita coleta de sangue.

Segundo a Polícia Civil, diante do exame negativo e por ter ficado no local do acidente, o PM foi liberado. Em nota, a PM informou que o militar foi autuado por se recusar a fazer o teste do bafômetro.

“Os policiais levaram o condutor do veículo à 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas. Lá os policiais emitiram o laudo de recusa e informaram ao delegado de polícia, que solicitou o encaminhamento do motorista ao Instituto Médico Legal’, informou a PMDF.

 

G1
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