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Polícia do DF e Interpol prendem em Portugal suspeitos que se inspiraram em ‘O lobo de Wall Street’ para aplicar golpes em brasileiros

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Investigadores cumpriram dois mandados prisão preventiva em Lisboa. Criminosos ofereciam falsos investimentos para clientes no Brasil.

— Foto: Reprodução/Pixabay

A Polícia Civil do Distrito Federal, com apoio da Interpol, prendeu, nesta sexta-feira (2), dois homens em Lisboa, em Portugal, suspeitos de aplicar golpes em brasileiros. De acordo com a investigação, os criminosos se inspiraram no filme “O lobo de Wall Street”.

Além dos dois mandados de prisão preventiva, houve bloqueio de contas bancárias e de criptoativos. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por determinação da Justiça, também bloqueou os acessos dos sites dos criminosos a partir do território nacional.

Os suspeitos presos estavam na lista de procurados da Interpol. Essa é a segunda fase da operação Difusão Vermelha, deflagrada em março, que resultou na prisão de cinco pessoas em Lisboa, Alemanha e República Theca, investigados por falsos investimentos em Forex e Day Trade.

Os criminosos, segundo a investigação, embora sediados em Portugal, buscavam vítimas no Brasil. Com as prisões na primeira etapa da operação, a polícia informou que o gripo tentou se reestruturar.

Eles fizeram a substituição dos líderes presos e iniciaram as atividades (veja abaixo como funcionava o esquema). O nome dos investigados não foi divulgado.

Um dos presos desta sexta ligava para vítimas do Brasil e se identificava como analista de investimento. No entanto, a investigação identificou que ele usava um nome falso e que lavava o dinheiro por meio de uma banda de samba em um restaurante em Portugal.

O outro suspeito preso era um dos gerentes do esquema. Segundo a 9ª Delegacia de Polícia, no Lago Norte, com essa nova etapa da operação, o grupo foi desarticulado “de maneira irreversível”.

Como o esquema começou

 

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De acordo com as investigações, um homem de nacionalidade tcheca abriu uma empresa de fachada em Lisboa, que funcionaria, supostamente, como uma empresa de publicidade. No entanto, o suspeito realizava a venda de falsos investimentos por meio de empresas fantasmas de corretagem.

A Polícia Civil afirma que ele empregava centenas de brasileiros que, sem opção de emprego, aceitavam participar do esquema. A contratação de brasileiros ocorria porque o suspeito precisava de pessoas que falassem português fluente para assediar vítimas, exclusivamente, do Brasil.

Os investigadores apontam que os investigados acreditavam que as autoridades brasileiras teriam maior dificuldade de desarticular o esquema do que polícias de países como Estados Unidos e de Portugal.

Para enganar as vítimas, os suspeitos usavam mecanismos que mascaravam os números internacionais e simulavam ligações com o DDD do Distrito Federal. Dessa forma, segundo as investigações, conseguiam com que as vítimas atendessem as ligações.

Vítimas

Os brasileiros contratados pela empresa de fachada usavam diversos argumentos para convencer as vítimas de fazerem aplicações que gerariam altas rentabilidades. No entanto, elas perdiam tudo e eram aconselhadas a fazer novos investimentos para recuperar os valores.

Em seguida, quando as vítimas já tinham perdido grandes quantias, os suspeitos cortavam o contato telefônico. A Polícia Civil identificou, pelo menos, 945 pessoas que caíram no golpe. Algumas delas chegaram a perder R$ 1,5 milhão.

Incentivo aos golpes

Durante as investigações, foi constatado que havia premiações para os melhores “vendedores” e ostentação de riqueza. Em grupos de WhatsApp, os “gerentes” incentivavam que os demais envolvidos assistissem o filme “O Lobo de Wall Street”, protagonizado pelo ator Leonardo DiCaprio.

No longa metragem, os personagens participam de um esquema para enriquecer rapidamente. Além disso, o lema na empresa era “Pensem em vocês e em suas famílias, esqueçam as vítimas”.

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