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PIB do Reino Unido cai 2,9% em janeiro

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Economia britânica volta ao vermelho e exportações para UE desabam após o Brexit

O Reino Unido sofreu sua pior crise econômica em três séculos no ano passado, quando encolheu 10% (JUSTIN TALLIS/AFP)

A economia do Reino Unido voltou a registra resultado negativo em janeiro, após as novas restrições contra a pandemia de covid-19, o que se somou a uma queda recorde das exportações para a União Europeia (UE) no primeiro mês de saída efetiva do mercado único após o Brexit.

As exportações de produtos britânicos para a UE caíram 41%, a 5,6 bilhões de libras (7,8 bilhões de dólares, 6,5 bilhões de euros) na comparação com dezembro, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).

As importações de produtos procedentes do bloco também caíram, mas de modo menos expressivo, 29%, a £ 6,6 bilhões de libras (US$ 9,2 bilhões, € 7,7 bilhões).

“É a maior queda (do comércio com a UE) em um mês desde que os dados começaram a ser calculados em janeiro de 1997”, afirmou o ONS.

O divórcio entre Reino Unido e UE se tornou efetivo em 1º de janeiro de 2021, quando acabou o período de transição aplicado após a saída oficial do país em 31 de janeiro de 2020.

Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 1,2% em dezembro, registrou contração de 2,9% em janeiro, impactado pelo terceiro confinamento no país, imposta a partir do Natal para lutar contra o coronavírus, anunciou o ONS nesta sexta-feira.

País mais afetado da Europa pela pandemia, com mais de  125.000 mortes confirmadas por covid-19, o Reino Unido enfrenta uma variante muito mais contagiosa e possivelmente mais letal, detectada em dezembro no sul da Inglaterra.

As restrições começaram a ser flexibilizadas de maneira leve na segunda-feira, apenas com a reabertura das escolas, enquanto todos os estabelecimentos comerciais – exceto os considerados essenciais – continuam fechados.

O governo do primeiro-ministro Boris Johnson confia na campanha de vacinação em larga escala, que já imunizou mais de 23 milhões dos 66 milhões de habitantes do país, para conseguir reativar a economia paulatinamente até o fim de junho.

“A economia recebeu um golpe considerável em janeiro, com o comércio varejista, os restaurantes, as escolas e os salões de beleza afetados pelo último confinamento”, destacou Jonathan Athow, diretor do ONS.

“O setor farmacêutico também registrou sua primeira queda desde abril e a fabricação de automóveis caiu significativamente”, indicou, antes de destacar que o setor de saúde foi estimulado pelos testes de covid e vacinas.

O governo britânico classificou a queda do comércio com a UE como “inevitável”, atribuindo o resultado a vários fatores, e afirmou que o nível recuperou a normalidade desde então.

“Uma combinação única de fatores, como o estoque de produtos do ano passado, fechamentos de fronteiras devido à covid em toda Europa e a adaptação das empresas ao nosso novo relacionamento comercial, tornou inevitável que as exportações para a UE fossem menores em janeiro”, disse um porta-voz Executivo.

“Os dados não refletem a relação comercial geral entre UE e Reino Unido após o Brexit e, graças ao trabalho árduo das transportadoras e dos comerciantes, o volume geral de negócios entre Reino Unido e UE voltou ao nível normal desde o início de fevereiro”, completou.

Desde a saída efetiva do Reino Unido do bloco, vários exportadores britânicos reclamam dos obstáculos administrativos que dificultam um comércio antes intenso.

Em um contexto global limitado pela pandemia, as exportações britânicas registraram queda geral de 19,3% e as importações de 22%.

A crise de saúde provocou uma forte contração de 9,9% da economia britânica em 2020, o pior resultado em mais de três séculos.

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