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PF faz operação no DF e em 3 estados contra fraudes no INSS; perito é suspeito de falsificar atestados para parentes e amigos

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Ao todo, agentes cumprem 22 mandados de busca e apreensão e um de prisão, na capital, na Bahia, em Alagoas e Goiás. Justiça ordenou bloqueio de até R$ 1,1 milhão da conta do servidor envolvido.

Policiais carregam malotes na superintendência da PF em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (18), uma operação contra um esquema de fraudes na previdência social. Ao todo, os agentes cumprem 22 mandados de busca e apreensão e um de prisão, no Distrito Federal, na Bahia, em Alagoas e em Goiás.

A TV Globo apurou que um dos investigados é o perito federal Josélio Monteiro de Melo Junior. Segundo a PF, junto de um ex-sócio, ele atuou para fraudar atestados médicos e perícias para si mesmos, familiares, sócios e outras pessoas próximas.

Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília. A ordem de prisão é contra o ex-sócio, Fábio Nery de Araújo. De acordo com as apurações da PF, atuava como nutricionista na clínica de Josélio usando um diploma falso de nutricionista.

Ele não foi encontrado pelos policiais e é considerado foragido. Até a última atualização deste texto, a reportagem não tinha conseguido contato com as defesas dos envolvidos.

A Justiça também ordenou o bloqueio de até R$ 1,1 milhão das contas bancárias do perito. Determinou ainda a suspensão da função pública, sequestro de bens, proibição de sair do país, pagamento de fiança no valor de R$150 mil ou uso de monitoramento eletrônico.

Os pagamentos de todos os benefícios suspeitos foram bloqueados. A operação, que ganhou o nome de “Trickster, é realizada em conjunto com a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista, do Ministério do Trabalho e Previdência.

Esquema de fraudes

 

Sede do INSS em Brasília — Foto: Divulgação/INSS

Sede do INSS em Brasília — Foto: Divulgação/INSS

Segundo a PF, os investigadores descobriram que, entre os anos de 2018 e 2022, o perito e o ex-sócio inseriram indevidamente dezenas de dados e atestados médicos falsos nos sistemas informatizados do INSS.

O intuito, de acordo com a apuração, era “obter fraudulentamente benefícios previdenciários por incapacidade para si mesmos, familiares, sócios e outras pessoas próximas”. A PF afirma que há ainda a suspeita de participação de um ex-estagiário da Agência do INSS de Taguatinga.

“A ampla maioria dos benefícios suspeitos foi de auxílio-doença, com longos períodos de afastamentos. Identificou-se que a maior parte das perícias foram antecipadas para que o médico federal investigado atendesse os beneficiários fora da agenda”, diz a Polícia Federal.

Segundo a investigação, de forma geral, os participantes do esquema realizavam apenas uma contribuição à previdência, com recolhimento em data muito próxima ao requerimento do benefício.

“Alguns investigados, inclusive, apresentavam atestados com a mesma comorbidade, em datas quase coincidentes. Apurou-se que diversos atestados teriam sido emitidos pelos mesmos médicos assistentes, mas com claros indícios de fraude”, diz a PF.

Os envolvidos nas fraudes, se comprovadas, podem responder pelos crimes de associação criminosa, falsidade documental, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistemas de informação, estelionato previdenciário, bem como corrupção ativa e passiva.

O nome da operação, “Trickster”, “faz alusão aos truques ou manobras criminosas realizadas para obter os benefícios e à inobservância das regras e normativos para realização de perícias médicas”, segundo a PF.

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