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Para a Positivo, o computador voltou a ser pessoal – e lucrativo

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A empresa curitibana teve lucro de 51 milhões de reais no segundo trimestre de 2021

O computador é a bola da vez. Ele voltou a ser pessoal”, diz Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Tecnologia (Positivo/Divulgação)

A Positivo Tecnologia nasceu em 1989 e fez seu nome no mercado com os computadores, ainda na era dos PCs de mesa. A empresa também entrou de cabeça na era do notebook e começou a diversificar seu catálogo de produtos, que são vendidos tanto para o consumidor quanto para o setor público e empresas. A estratégia deu certo. Após registrar um ano de lucro recorde em 2020, o primeiro trimestre foi marcado por um lucro de 55,7 milhões de reais e, agora, a empresa reportou lucro líquido de 51 milhões de reais. Com isso, a companhia teve lucro de 107 milhões de reais no primeiro semestre, ante prejuízo no mesmo período líquido no ano anterior.

As vendas dos computadores cresceram 52% na comparação anual no segundo trimestre, uma tendência de consumo impulsionada pelas restrições sanitárias para conter a pandemia de covid-19. A receita bruta da empresa ficou em 940 milhões de reais no período de abril a junho, 89% a mais do que no ano anterior. O ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de 327 milhões de reais foi recorde na história da empresa.

“O computador é a bola da vez. Ele voltou a ser pessoal”, diz Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Tecnologia. “O mundo deve vender, de novo, mais do que o pico de 365 milhões de unidades registrado no ano de 2011. Nossas pesquisas estimam venda de 370 milhões a 380 milhões de computadores no mundo em 2021. O pico é atingido por causa do home office e do home schooling. Mas a tendência, que parecia pontual, veio para ficar. O patamar pode mudar, mas a penetração da tecnologia em aulas, trabalho e saúde deve continuar alta.”

Além de ter computadores e notebooks sob sua própria marca, a Positivo também fabrica e distribui aparelhos das marcas Compaq e Vaio. Com isso, a companhia passou a atender todas as faixas de preço e públicos-alvo no segmento de PCs. Para competir com multinacionais como Lenovo, Dell, Samsung e LG, a estratégia da empresa é montar produtos que estejam mais ligados à realidade do brasileiro, em vez de apostar em produtos globais.

A empresa curitibana aponta os PCs, celulares, tablets e periféricos como seus dispositivos essenciais para o negócio, mas aposta em outras áreas que vem chamando de “avenidas de crescimento”, como internet das coisas, maquininhas de pagamento, aluguel de aparelhos e soluções para a área educacional.

“Os números do balanço vêm para coroar uma estratégia iniciada em 2017. Mantivemos a essência da empresa e diversificamos nossa atuação de mercado ao mesmo tempo. Inclusive, a mudança do nome de Positivo Informática para Positivo Tecnologia foi por isso”, afirma Rotenberg.

Em julho deste ano, a Positivo criou um serviço de aluguel de dispositivos para escolas. Chamado HaaS4edu, ele dá acesso a notebooks, computados, tablets, smartphones e servidores.

O crescimento do negócio da Positivo se dá em um momento marcado pela crise global de fornecimento de semicondutores. A escassez afeta a produção de todas as empresas de eletrônicos e já levou à paralisação de montadoras no Brasil neste ano. A operação da Positivo também foi afetada, mas a empresa buscou novos componentes e já garantiu chips para manter o ritmo produtivo até o fim de 2021.

“A crise de semicondutores é extensa e muito forte no mundo todo. Ainda não vemos uma luz. O que observamos é que o preço não sobe mais tão rápido quanto antes. Isso mostra que estamos no pico da crise. Tivemos que mudar o layout de placas para usar componentes de outros fornecedores. Temos conseguido entregar os produtos e temos até o final do ano”, afirma o presidente da Positivo Tecnologia.

Se na fabricação há desafios com fornecedores, na bolsa, a Positivo ganhou uma rival que tem negócio parecido: a Multilaser. A empresa captou 1,9 bilhão no IPO no mês passado e se mostra como uma opção para os investidores que acreditam na fabricação local de dispositivos tecnológicos para o brasileiro, assim como a Intelbras.

“Na minha visão, é ótimo que tenham entrado outros comparáveis conosco, como Intelbras e Multilaser. Agora, o analista consegue comparar e se especializar no setor, antes monitorado por analistas de varejo. Ter mais analistas em tecnologia baseada em hardware é muito importante”, diz Rotenberg.

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