terça-feira, 07/05/2024
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Ônibus urbanos perderam quase um quarto dos passageiros desde 2019 no Brasil

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(Rovena Rosa/Agência Brasil)

Nos últimos anos, um de cada quatro passageiros deixaram de usar os ônibus urbanos de transporte público no Brasil. Em 2019, o serviço levava em média 33 milhões de viajantes pagantes por dia. Três anos e uma pandemia depois, esse número caiu para 25 milhões, queda de 24,4%.

Os dados são da NTU (Associação Nacional de Transporte Urbano), e foram apresentados em um evento em Brasília. A entidade aponta que, entre 2021 e 2022, a demanda de passageiros subiu 12,1%, mas que a retomada do setor ainda tem muitos desafios.

“Temos observado sinais de recuperação, mas a pandemia provocou uma perda acumulada de quase R$ 40 bilhões para o setor, e ainda enfrentamos as consequências. Desde a redução de mais de 90 mil empregos diretos até a impossibilidade de renovação da frota, devido à baixa da demanda e queda na arrecadação das empresas, que ainda dependem muito da tarifa cobrada do passageiro”, disse Francisco Christovam, presidente da NTU.

A entidade defende que os governos precisam colocar mais dinheiro no sistema para melhorar sua qualidade. A NTU aponta que, atualmente, 163 dos 2.703 municípios brasileiros atendidos por serviços de ônibus recebem subsídios públicos. Os demais se mantêm apenas com o dinheiro arrecadado nas catracas.

Ônibus ficam mais velhos

A queda no volume dos usuários de ônibus no Brasil, que já vinha ocorrendo antes da pandemia, gera uma espiral de problemas: se menos gente viaja, o custo por passageiro acaba aumentando, já que colocar um ônibus para rodar com 20 ou 50 pessoas a bordo tem custo muito parecido. No entanto, caso as empresas repassem a alta de preços, podem afastar ainda mais passageiros.

Com menos dinheiro, também falta verba para renovar a frota e fazer manutenção, o que piora a qualidade do serviço. A idade média da frota no país, por exemplo, aumentou 4,2% em 2022, e chegou a 6 anos e 4 meses, maior valor nos últimos 28 anos.

“Tivemos muitas promessas de políticas públicas de incentivo ao transporte público, mudanças nas regras, mas pouca coisa saiu do papel”, lamenta Christovam.

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