terça-feira, 30/04/2024
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O que está acontecendo entre EUA e China? Biden realiza cúpula inédita com Japão e Coreia do Sul

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(Anna Moneymaker/Getty Images)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu as boas-vindas a seus colegas do Japão e da Coreia do Sul em Camp David na manhã desta sexta-feira, enquanto busca consolidar uma aliança trilateral recém-fortificada, superando gerações de atrito entre as duas potências asiáticas para forjar acordos de segurança mútua diante de uma China cada vez mais assertiva.

Biden cumprimentou o primeiro-ministro Fumio Kishida do Japão e o presidente Yoon Suk-yeol da Coreia do Sul no retiro presidencial em Maryland, a primeira vez que ele convidou líderes estrangeiros para lá e a primeira vez que os líderes dos três países se reuniram em uma sessão independente, e não à margem de reuniões internacionais maiores.

“Fortalecer os laços entre nossas democracias tem sido uma prioridade para mim há muito tempo, desde quando eu era vice-presidente dos Estados Unidos”, disse Biden aos outros líderes na abertura da reunião. “Isso porque nossos países e o mundo estariam mais seguros [se estivéssemos juntos]. Quero agradecer a vocês dois pela coragem política que os trouxe aqui”.

Fumio e Yoon ecoaram os sentimentos de Biden.

“Hoje será lembrado como um dia histórico”, disse Yoon.

Kishida concordou, dizendo que o fato de os três estarem juntos “significa que estamos realmente fazendo uma nova história a partir de hoje”.

Decisões da aliança a respeito da China

Os três líderes planejam uma série de reuniões e um almoço antes de aparecerem novamente diante das câmeras para uma entrevista coletiva conjunta às 15h (16h em Brasília) para anunciar os resultados de suas discussões.

Embora os Estados Unidos sejam aliados individuais do Japão e da Coreia do Sul há muito tempo, as animosidades históricas entre Tóquio e Seul, decorrentes da ocupação brutal de 35 anos do Japão na península coreana, frustraram os esforços americanos para unir os três em uma parceria coesa. Mas os movimentos recentes de Yoon em direção à reaproximação com o Japão mudaram drasticamente a dinâmica no nordeste da Ásia, e Biden espera estabelecer um alinhamento mais próximo e duradouro.

‘Ameaça de segurança’

Funcionários do governo Biden disseram que os líderes assinariam um “compromisso de consulta” formal, um entendimento de que as três nações tratariam qualquer ameaça à segurança de uma delas como uma ameaça a todas, exigindo discussão mútua sobre como responder. A promessa não iria tão longe quanto o Artigo 5 do tratado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que obriga os aliados a “agir” no caso de um ataque a qualquer membro, mas reforçaria a expectativa de que os três agiriam em conjunto.

Os três também fortalecerão a cooperação na defesa contra mísseis balísticos, expandirão os exercícios militares trilaterais anuais e desenvolverão uma estrutura para assistência de segurança no Sudeste Asiático e nas ilhas do Pacífico. Eles também inaugurarão a primeira linha direta trilateral para que os líderes possam se comunicar com segurança em caso de crise, segundo funcionários da Casa Branca, que falaram sob condição de anonimato para discutir acordos antes de serem formalmente anunciados.

Para reforçar a sensação de uma nova era no relacionamento, os líderes se comprometerão ainda com reuniões anuais que devem continuar em governos futuros, um arranjo institucional semelhante às sessões regulares que os presidentes dos EUA têm com seus homólogos mexicanos e canadenses.

“Estamos abrindo uma nova era e estamos garantindo que essa era tenha poder de permanência”, disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente Biden, a repórteres em Camp David. “É um evento histórico e estabelece as condições para um Indo-Pacífico mais pacífico e próspero e para um Estados Unidos da América mais forte e seguro. Portanto, este é um legado digno para o presidente [Biden], para o presidente Yoon, para o primeiro-ministro Kishida”.

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