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Merkel deixa o cargo após 16 anos e Scholz toma posse na Alemanha

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Votação no Parlamento oficializou novo governo alemão liderado pelo ministro Olaf Scholz, em aliança entre social democratas, ambientalistas e liberais

Scholz e Merkel: a Alemanha assiste ao encerramento oficial dos 16 anos de governo da chanceler, que chegou ao cargo em 2005 (Michele Tantussi/Getty Images)

O líder do Partido Social Democrata (SPD), Olaf Scholz, de 63 anos, se tornou o novo chanceler da Alemanha nesta quarta-feira, 8. A transição aconteceu em votação no Parlamento alemão, o Bundestag, após a definição de uma coalizão com maioria parlamentar.

A Alemanha assiste, assim, ao encerramento oficial dos 16 anos de governo da chanceler Angela Merkel, que chegou ao cargo em 2005.

O novo governo será formado por SPD, o mais votado nas eleições de setembro, ao lado dos ambientalistas dos Verdes e liberais do FDP (veja no quadro abaixo quais são os partidos alemães).

A votação foi mais simbólica do que prática. Pelas regras do modelo parlamentarista, os parlamentares alemães, eleitos em setembro, votam para eleger o novo chanceler. Mas, por definição, a coalizão governista já precisa possuir a maioria das cadeiras.

Assim, Scholz recebeu 395 votos dos 707 deputados presentes. Depois, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, nomeou o chanceler oficialmente como chefe de governo.

Na terça-feira, 7, Scholz, que já fazia parte do governo Merkel graças a uma “aliança entre rivais” feita em 2017, participou também de sua última reunião como ministro.

Os últimos passos para a votação no Parlamento haviam sido tomados nos últimos dias. Após os militantes dos partidos aprovarem as propostas do novo governo ao longo do fim de semana, os líderes assinaram de vez o acordo nesta terça-feira.

A chegada de Scholz marca a volta de uma coalizão liderada pela esquerda ao poder. O SPD havia ficado ofuscado durante os anos de governo Merkel por participar de três das quatro coalizões da chanceler, que é da aliança CDU/CSU, de centro-direita. A vitória nas eleições de setembro é vista por analistas como a “ressureição” do partido.Merkel deixa o poder com boas taxas de aprovação, mas não suficientes para conseguir eleger seu sucessor, o líder da CDU, Armin Laschet. A falta de popularidade de Laschet, somada ao desejo de mudança da população após quase duas décadas de governo CDU, contribuíram para a vitória do SPD de Scholz.

Merkel ao ser presenteada por Scholz em seu aniversário, em julho: o ministro, líder do Partido Social Democrata, conseguiu costurar uma coalizão com FDP e Verdes (Henning Schacht – Pool/Getty Images)

Apesar da liderança do SPD na coalizão (o partido foi o mais votado da eleição, ganhando 206 cadeiras), o plano de governo firmado entre a coalizão precisou conter um meio-termo entre as três legendas para que todas concordassem com as propostas.

Há pontos como aumento de salário mínimo e políticas de moradia, defendidos pelo SPD, transição energética, defendida pelos Verdes, e não aumento de impostos e rigidez nas contas públicas, pauta do FDP, partido de ideologia liberal clássica e o mais à direita na coalizão.

Os três concordaram também em incentivar a regularização de imigrantes, em meio à queda na natalidade alemã e necessidade de atrair jovens, diante do envelhecimento da população alemã.

Na disputa de forças dentro do novo governo, enquanto os social democratas do SPD terão o chanceler, o FDP terá o importante Ministério das Finanças, no qual deve defender maior controle nas contas públicas. Os Verdes terão, entre outros, o Ministério das Relações Exteriores e o responsável por um superministério dedicado ao clima e também à economia.

Um dos desafios iniciais do novo governo será a nova onda da covid-19: o país lida neste momento com alta de casos e a necessidade de aumentar o número de vacinados.

No novo governo, o SPD ficou com o Ministério da Saúde e nomeou o epidemiologista Karl Lauterbach, que foi ferrenho defensor, ao longo da pandemia, de medidas como quarentenas e tem sem mostrado a favor de mais restrições aos não vacinados.

O governo formado já divulgou restrições mais duras para quem não se vacinar, e não descarta medidas como a obrigatoriedade da vacinação.

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