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Menina de 5 anos com autismo ‘escapa’ de escola no litoral de SP e é salva de atropelamento: ‘poderia ter perdido minha filha’, diz mãe

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Menina foi encontrada pela mãe de outro aluno enquanto atravessava a rua perto da unidade de ensino.

Criança de 5 anos com autismo escapou de escola no Gonzaga, em Santos (SP), na última quarta-feira (15) — Foto: Arquivo Pessoal

Uma autônoma de 25 anos passou por momentos de desespero ao buscar a filha, de cinco, na Escola Municipal Leonor Mendes de Barros, e descobrir que a menina, que tem autismo e apraxia da fala, havia escapado da unidade de ensino do município de Santos, no litoral de São Paulo, nesta sexta-feira (17), Yasmin de Campos Fonseca afirmou que a garota deixou o prédio sem que ninguém percebesse e, por sorte, foi encontrada por outra mãe de aluno – estava atravessando a rua e quase foi atropelada.

Em nota, a prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Educação, informou que está apurando detalhes sobre o caso, inclusive se ela teria saído da escola com a mãe de uma colega de classe (veja o posicionamento completo abaixo). O caso foi registrado no 7° Distrito Policial de Santos como abandono de incapaz.

Yasmin contou que, ao chegar na escola, cumprimentou a professora e perguntou como a filha tinha se comportado em sala de aula. A docente respondeu que a menina tinha se saído bem e que iria chamá-la para ir embora.

“Na hora que ela virou para chamar, ela [filha] não estava dentro da sala de aula. Falou que olharia no banheiro e já fui procurando na outra sala”. Yasmin disse ter entrado em desespero quando a professora contou que a menina também não estava no banheiro.

A mãe ressaltou que a menina tem autismo, que faz uso de medicações e, portanto, demanda uma atenção especial. “Corri para o parquinho e para a casinha de boneca para ver se encontrava ela [não achou]. Fui correndo pelos corredores [e perguntando], mas ninguém sabia onde minha filha estava”.

“Ninguém viu minha filha saindo da escola. Ela não tem noção nenhuma de perigo, é totalmente vulnerável. Por conta de minutos eu poderia ter perdido a minha filha”, disse a autônoma, que se queixou da falta de câmeras na escola.

Yasmin contou que, em meio ao desespero do sumiço da filha, uma outra mãe entrou gritando na escola. Ela chamava pela diretora e dizia que tinha encontrado uma criança perdida na rua, que a menina por pouco não havia sido atropelada. “Na hora, saí correndo e abracei ela. Essa moça foi o anjo da minha filha. Salvou a vida dela”.

De acordo com a autônoma, a mulher contou ter conseguido entrar na frente de um carro para evitar que a criança fosse atropelada. “Como estava chovendo, [a mãe do outro aluno] viu ela [filha] andando sozinha e achou estranho”.

Yasmin disse ter vivido uma situação absurda e espera que as providências sejam tomadas. “Você chegar à escola e ninguém saber onde está minha filha. Se [não fosse] esse anjo [outra mãe] pegar e voltar com ela na escola, não sei que notícia poderia estar recebendo. Minha filha estaria desaparecida ou seria encontrada morta“.

Ela reforçou, ainda, que espera que as mediadoras acompanhem tanto o horário de entrada quanto o de saída dos alunos, pois, no momento do desaparecimento, a professora estava sozinha com 19 alunos, sendo três deles autistas.

“Não quero que isso fique impune, quero segurança, câmeras nas escolas. É um absurdo ter câmera para proteger patrimônio público, mas não ter para proteger as crianças. […] Não quero que nenhum pai e mãe passem pelo o que passei. Não consigo dormir, estou bem impactada e muito abalada”.

Criança de 5 anos com autismo sai sozinha de escola, em Santos (SP), sem que funcionários percebessem — Foto: Arquivo Pessoal e Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal

Criança de 5 anos com autismo sai sozinha de escola, em Santos (SP), sem que funcionários percebessem — Foto: Arquivo Pessoal e Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal

O que diz a prefeitura?

A prefeitura lamentou o ocorrido e informou que já está apurando as responsabilidades sobre a saída da menina junto com a mãe da amiga sem a presença dos responsáveis legais, e que todas as providências cabíveis foram tomadas.

Ainda de acordo com a nota, a administração informou que, na manhã da última quinta-feira (16), a família da aluna foi novamente recebida pela equipe gestora da escola para esclarecimento da situação.

Em relação às câmeras, a prefeitura afirmou que a escola é monitorada e que as imagens são geradas ao Centro de Controle Operacional (CCO) do município. “As imagens do videomonitoramento da área interna da unidade estão à disposição das autoridades de segurança para eventual investigação”.

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