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Lockdown segue como possibilidade em cima da mesa em SP, diz Covas

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Contra o coronavírus, fechamento total das atividades é visto por autoridades da saúde como saída para cidades onde o nível de isolamento ainda é baixo

SÃO PAULO: a cidade começou um novo rodízio para tirar metade da frota das ruas. / Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse nesta terça-feira,12, que o lockdown, fechamento total das atividades, é uma possibilidade que segue em cima da mesa na capital, mas que sua eficiência depende da coordenação com o governo estadual.

“A gente tem feito tudo que a área da saúde coloca como necessário. Sendo decretado o lockdown (como necessário) pelas autoridades, começa a funcionar em São Paulo, mas vai ter mais efeito se for feito pelo governo do estado, já que há fluxo intenso de pessoas das cidades ao redor da capital”, disse em entrevista na Globo News.

Mais tarde, em coletiva de imprensa, a equipe de saúde do governo do estado afirmou que a decisão pelo lockdown não está descartada, mas também não faz parte dos protocolos atuais.

A capital paulista é a cidade com o maior número de mortes confirmadas de covid-19 (2.281). Especialistas têm dito que algumas cidades brasileiras já deveriam ter adotado lockdown em função da baixa adesão à política de distanciamento. Esse é o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro, com taxas abaixo de 50%, quando o ideal para evitar o colapso do sistema de saúde, segundo especialistas, vai de 60% a 70%. Covas diz, no entanto, que, enquanto o nível de isolamento não voltar aos 55% atingidos no início da quarentena, medidas como o megarrodízio não serão flexibilizadas.

Megarrodízio

Segundo Covas, em São Paulo, o rodízio ampliado que começou nesta segunda-feira na capital ajudou a aumentar o índice de isolamento social de 46% registrados na sexta-feira para 49,3% ontem, quando a cidade registrou 1 Km de lentidão ante 11 Km na semana passada.

“Tivemos 1,5 milhão de veículos a menos nas ruas ontem, o que significa 1,9 milhão a menos de pessoas circulando de carro. Ao mesmo tempo, notamos um aumento de 6% no fluxo de passageiros nos ônibus, o que significa 270 mil pessoas, o que que foi acompanhado do aumento de 12% da frota”, disse em entrevista à Globo News.

Mais cedo, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy disse também em entrevista ao canal que, ontem, a utilização na CPTM aumentou 12% e o metrô, 10%.

Diferentemente do que indicou o prefeito, segundo o secretário, ainda é preciso entender o reflexo desses três primeiros dias nos transportes públicos.

A regra é que a circulação de veículos com placas que terminem em número par pode ocorrer apenas em dias pares. Já as placas com final ímpar, em dias ímpares. A limitação vale durante as 24 horas do dia, inclusive em fins de semana, e em todas as regiões da cidade.

Isso significa que apenas 50% da frota pode circular em um determinado dia. Veículos da área da saúde, carros de polícia, do Exército, prestadores de serviço elétrico e de gás ficam de fora, mas motoristas de aplicativos de carona estão incluídos. A punição é multa de 130 reais e perda de 4 pontos na CNH.

Atividades essenciais

Sobre as recomendações do governo federal de incluir mais atividades na lista de essenciais, como as desempenhadas por barbearias e academias, Covas diz que a vigilância sanitária está verificando o que poderá ser flexibilizado na cidade e que amanhã terá uma resposta. Acrescentou, porém, que a postura do presidente não colabora com as políticas de isolamento contra a disseminação da doença.

A expectativa de perda de arrecadação na capital em 2020 é calculada em R$ 7,7 bilhões no cenário mais otimista e R$ 9 bilhões no mais pessimista, segundo Covas. A ajuda federal a estados e municípios aprovada pelo Congresso será de R$ 3,6 bilhões em São Paulo, “menos da metade da nossa expectativa de perda de arrecadação, por isso adotamos outras medidas, como liberar os fundos municipais, por exemplo” disse ainda o prefeito.

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