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Levantar menos peso pode garantir melhores resultados na academia

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Uma pesquisa realizada por cientistas esportivos do Reino Unido aponta que levantar menos peso durante treinos pode aprimorar resultados

Treinos: levantar menos peso durante treinos semanais garante maior ganho de força, diz estudo (Flickr/Reprodução)

São Paulo – Levantar mais peso na academia nem sempre é o que pode trazer os melhores resultados de ganho de força. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Lincoln, no Reino Unido, mostra que as pessoas que fazem exercícios físicos com pesos conseguiriam melhores resultados ao realizar as séries de levantamentos com menos carga, mas alterando o peso a cada sessão de acordo com o limite de cada pessoa. Segundo os pesquisadores, que são cientistas esportivos, os atletas que alternam a quantidade de peso a cada treino de musculação podem garantir resultados melhores em menos tempo.

Para testar a tese apresentada na pesquisa, os cientistas compararam, em média, os pesos levantados por dois grupos distintos de atletas durante seis semanas. O primeiro grupo levantava o peso máximo determinado para atletas, enquanto o segundo alterava o peso a cada treino, fazendo assim um treino com menos velocidade do que o do primeiro grupo.

No fim do período de avaliação, os atletas que participaram do segundo grupo – ou seja, os que não levantavam a carga máxima e realizavam treinos mais curtos – acabaram ficando mais fortes do que os participantes do grupo que utilizou o método de carga máxima. Depois do primeiro resultado, os cientistas decidiram que os dois grupos utilizariam um peso máximo fixo. Para isso, eles utilizaram um cronômetro especializado e uma fita métrica para registrar o tempo gasto para levantar o peso e a distância que o peso foi movido. Com isso, foi possível medir uma velocidade de carga fixa para os atletas dos dois grupos.

Comparando com o resultado do primeiro teste, eles conseguiram ajustar a carga de treinamento dos participantes de acordo com o desempenho diário. Segundo Harry Dorrell, professor da Escola de Esporte e Ciência do Exercício da Universidade de Lincoln e líder do estudo, as descobertas da pesquisa ajudam a melhorar o ganho de massa muscular e o controle de fadiga. “Existem muitos fatores que podem contribuir para o desempenho dos atletas em um dia específico, como o tempo de sono que tiveram, a nutrição ou os fatores motivacionais. Mas, com os métodos tradicionais baseados em porcentagem, não teríamos conhecimento de como isso afeta a força”, diiz Dorrell, em nota, justificando o motivo da realização do estudo.

Ainda de acordo com o autor da pesquisa, é importante definir o limite de peso de cada atleta, para que o cansaço não cause lesões nas articulações. No entanto, ele destaca que o cansaço é relativo. “O treinamento baseado na velocidade nos permitiu ver se eles estavam acima ou abaixo do desempenho normal e, assim, ajustamos a carga. É importante garantir que o atleta esteja levantando a carga ideal para ele naquele dia em particular. Se ele levantar pesos leves demais, não estimulará o corpo como pretende. Se levantar peso demais, ficará fadigado, o que aumenta o risco de lesões”, complementou.

Participaram do estudo 16 homens, com idades entre 18 e 29 anos que pesavam entre 70 a 120 quilos e que já tinham experiência com levantamento de pesos. Entre os exercícios realizados, estavam: agachamento livre, levantamento terra, supino reto e levantamento militar, além de countermovement jump (exercício que consiste em um salto com as mãos na cintura). Os homens que participaram do segundo grupo, após o fim dos testes, conseguiram levantar 15 quilos a mais no agachamento livre do que os do primeiro grupo, além de aumentarem 6% a carga do supino reto a cada treino.

Apesar das limitações do estudo, que foi feito com um grupo pequeno de participantes e somente com homens, a descoberta aponta um caminho para entender como a velocidade de execução dos movimentos pode impactar o exercício físico. “A ideia do treinamento baseado em movimentos de maior velocidade já existe há algum tempo, mas até agora a ciência não provava isso – até agora”, disse Dorrell.

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