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Impacto do YouTube no PIB brasileiro foi de R$6 bilhões em 2021

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Relatório da Oxford Economics mostra também que a plataforma gerou 160 mil empregos, superando os números de 2020

Membros do canal Go Han Go: (da esquerda para a direita) Cíntia Zhu, Hideki Uehara, Jão Yamashita e Allison Seidi (Go Han Go/Reprodução)

YouTuber profissional ou profissional youtuber? A resposta para essa pergunta parece ficar cada vez mais difícil para quem cria no site de vídeos do Google.

Afinal, se antes era necessário cara, coragem e uma câmera para se aventurar por lá, hoje a plataforma se mostra cada vez mais apropriada para negócios especializados que escolhem a produção de vídeos como produto. Em suma, o YouTube não é mais para amadores.

Essa constatação parte do mais recente estudo sobre o impacto econômico do YouTube no Brasil, produzido pela Oxford Economics, e que mostra o site como gerador de 6 bilhões de reais para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, quase o dobro de 2020, resultando em mais de 160 mil empregos.

Mais do que isso, o levantamento detalha como o YouTube suporta todo um ecossistema de criadores que gera receita dentro e fora da plataforma. Abrangendo funcionários, empresas terceiras e freelancers que recebem uma parte substancial dos ganhos possibilitados pelo site.

É o caso de Allison Seidi e seu sócio Hideki Uehara, do canal Go Han Go, que, em 2019, decidiram gravar em vídeo as informações sobre culinária asiática que eles mesmos não encontravam na internet.

Logo, o canal que começou com receitas de confort food, como conta Seidi, não demorou para ganhar pompa de profissional, com tutoriais de culinária bem roteirizados e editados.

Já em 2020, eles começaram a postar vídeos curtos com dicas e receitas de 30 segundos, além de vídeos mais longos com esquetes e receitas mais detalhadas.

À medida que o canal cresceu, eles expandiram a equipe para incluir quatro apresentadores (todos membros de diferentes etnias asiáticas). Também montaram seu próprio estúdio, investiram em materiais e equipamentos e estabeleceram um portfólio de marcas parceiras, publicidade e contratos. O canal hoje já tem mais de 800 mil inscritos.

“Quando começamos, pensávamos que seriam pelo menos dois anos falando com a parede. Mas não foi assim. Logo que estruturamos o canal nós vimos a audiência chegar. Conseguimos entender quem eram esses espectadores, depois apresentamos isso para possíveis anunciantes e solidificamos uma plataforma de conteúdo que se espalhou por outras redes”, conta Seidi.

Como motor de novos negócios, o YouTube também se mostra capaz de transformar os produtores de conteúdo mais experientes em plataformas por si só. A professora de inglês Carina, do canal English in Brazil, é um dos exemplos dos que chegaram até essa marca e ‘transbordaram’ para fora do YouTube.

Publicando aulas e dicas de idioma na plataforma desde 2013, Carina deixou a carreira acadêmica para se dedicar completamente ao YouTube em 2017. Quatro anos depois, viu seu canal chegar na marca de mais de 1,6 milhão de inscritos.

Com tamanha audiência, ficou mais fácil ganhar dinheiro fora da plataforma: ela publicou um livro best-seller, abriu uma empresa e passou a vender cursos de idiomas. Atualmente, ao seu redor, trabalham cerca de 20 pessoas em regime integral.

“Hoje eu tenho um curso completo de inglês que já tem mais de 12 mil alunos. Mas essa demanda toda só foi possível porque cativei uma audiência pelo YouTube durante anos”, diz Carina.

Relevância é a chave

Os dados sobre o impacto do YouTube também suportam como o crescimento dos canais hospedados no site ainda está em plena expansão. Indicando haver espaço para outros sucessos como o Go Han Go e English In Brazil.

Para se ter uma ideia, mais de 20 mil canais do Brasil tiveram pelo menos 100 mil inscritos em 2021, o que representa um crescimento de 25% em relação ao ano anterior.

Além disso, 2 mil canais brasileiros tiveram pelo menos 1 milhão de inscritos em 2021, indicando crescimento de 20% no comparativo.

Para Patrícia Muratori, diretora do YouTube no Brasil, a plataforma está ciente da escala que ainda pode tomar. Por isso, além de já reservar equipes internas para trabalhar ao lado dos produtores de conteúdo cada vez mais profissionalizados, o site também tenta deixar as portas abertas para os novatos.

O destaque nesse sentido é o formato de vídeos curtos Shorts, que não requer a produção elaborada do modelo tradicional de vídeos, e pode ser um meio para que estreantes, de equipes mais enxutas, possam rentabilizar a produção e ganhar autoridade na plataforma.

“O que nós queremos é gerar oportunidades para diferentes tipos de canais. Independente do formato que eles escolherem. O Shorts, nesse caso, entra com a missão de democratizar uma plataforma que já tem uma jornada de evolução e maturidade, afirma Patrícia, que completa: “Não importa se o vídeo é curto ou longo, a relevância do conteúdo continua como fator que determina o sucesso”.

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