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Guerra espacial? Físicos chineses simulam explosão nuclear contra satélites

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Experiência de computador sugere efeitos de uma ogiva detonada no Espaço. Ideia é reduzir o riscos e desativar ameaças, como satélites considerados “pouco amigáveis”.

© AFP 2022
Uma explosão nuclear no Espaço poderia criar uma nuvem radioativa sobre uma área tão grande quanto o estado de Nova York, paralisando ou destruindo satélites em órbita próxima à Terra, de acordo com uma nova simulação conduzida por uma equipe de cientistas militares chineses.
Em um instituto de pesquisa administrado pelo Exército de Libertação Popular (ELP) em Xian, os pesquisadores desenvolveram um modelo que pode avaliar o desempenho de armas nucleares antissatélite em diferentes altitudes e rendimentos com detalhes e precisão sem precedentes.
Os resultados da simulação sugerem que uma ogiva de 10 megatons – modestamente poderosa para os padrões atuais – pode criar uma séria ameaça aos satélites se detonar a uma altitude de 80 km.
Em cerca de cinco minutos, a nuvem pode subir a uma altitude de quase 500 km e se espalhar por uma área de mais de 140 mil km².
“A forte radiação residual da nuvem de detritos pode causar falhas nas naves espaciais que se movem nela , como satélites, ou até mesmo causar danos diretos que podem levar à destruição”, disseram os pesquisadores.
Houve muitas simulações de computador estudando o uso de armas nucleares contra satélites, mas a maioria se concentrou em uma explosão que ocorre no Espaço, explica a equipe de cientistas.
Uma explosão espacial não produziria muita nuvem por causa da falta de ar. As partículas de alta energia geradas pelo evento seriam capturadas principalmente pelo campo magnético da Terra e espalhadas pelo globo como um cinturão de radiação, ameaçando uma ampla gama de espaçonaves. Isso poderia tornar as armas nucleares ineficazes e muito perigosas para uma missão antissatélite.
Mas, devido à presença de moléculas de ar na atmosfera da Terra, uma explosão no Espaço próximo criaria uma nuvem com uma massa total muito maior do que a própria bomba, defendem os pesquisadores.
Segundo eles, “devido à alta concentração de produtos de fissão dentro da nuvem de detritos, os raios gama liberados e as partículas beta são fortes, tornando seus efeitos nas naves espaciais e nas comunicações dentro da área afetada mais fortes”.
Imediatamente após a explosão, a nuvem subiria a uma velocidade de até 2,3 km/s, criando uma enorme armadilha para os satélites alvo. Em vez de permanecer em órbita, a maioria das moléculas de ar cairia de volta à Terra, evitando o efeito do cinturão de radiação e reduzindo significativamente o risco para outros satélites ou espaçonaves, de acordo com a simulação.

Problemas com a Starlink

Vale lembrar que a China já teve problemas com satélites de outros países, principalmente a rede de comunicação Starlink, da SpaceX, do empresário Elon Musk. De acordo com o South China Morning Post, alguns estudos chineses sustentam que a Starlink é uma ameaça potencial à segurança nacional da China.
A Starlink pretende colocar dezenas de milhares de pequenos satélites em órbita baixa da Terra. Pesquisadores militares chineses temem que esses satélites possam fornecer serviços de comunicação a rivais ou colidir com a estação espacial ou satélites da China, agindo como “agentes suicidas” para desativar a infraestrutura espacial chinesa durante uma guerra.

Armas no Espaço?

A simulação não significa que a China usará tal arma, de acordo com um cientista espacial de Pequim. A lei internacional proíbe teste ou o uso de armas nucleares tanto no Espaço quanto na atmosfera.
“Se é legal usar armas nucleares como medida de defesa contra um ataque de arma hipersônica continua sendo um assunto de debate na comunidade de pesquisa”, concluíram os pesquisadores chineses.
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