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Guaidó acusa Maduro de oferecer abrigo a general renegado da Líbia

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Segundo o opositor, Khalifa Hafter chegou à Venezuela no domingo, após sucessivas derrotas na guerra civil na África

Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, busca apoio de países aliados a Nicolás Maduro Carlos Garcia Rawlins/Reuters

O autointitulado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, denunciou na segunda-feira 8 que um avião líbio pousou no país no dia anterior com a ajuda do presidente Nicolás Maduro. Segundo Guaidó, a aeronave transportava o general renegado Khalifa Hafter, que desde a queda do ditador Muammar Khadafi, em 2011, tenta tomar o poder do governo internacionalmente reconhecido. Hafter, no entanto, sofreu sucessivas derrotas militares em seu país, enquanto o Exército de Tripoli se prepara para tomar a última região rebelde no leste do território.

A denuncia de Guaidó foi realizada durante uma videoconferência da Organização dos Estados Americanos (OEA) com parlamentares de 15 países da América do Sul. O presidente interino, cujo paradeiro é desconhecido – na semana passada, a França negou que estivesse escondendo o político em sua embaixada em Caracas – não forneceu prova alguma de sua acusação, mas afirmou que o regime de Maduro financia “direta e indiretamente” o terrorismo mundial com a extração ilegal de ouro.

A equipe de Guaidó na Assembléia Nacional, da qual ele é presidente, emitiu uma nota sobre a suposta presença de Hafter no país. “Neste domingo, 7 de junho, o chefe do autoproclamado Exército Nacional Líbio (LNA), Khalifa Hafter, chegou à Venezuela”, afirmou o gabinete.

Outros beneficiários desse dinheiro seriam o grupo guerrilheiro colombiano Exército de Libertação Nacional e os dissidentes das FARC. Guaidó afirma que o objetivo do líder chavista é gerar instabilidade na região.

O governo brasileiro também acusa Maduro de financiar e abrigar grupos terroristas. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro disse que “tudo que há de ruim está na Venezuela” e afirmou que o país mantinha em segurança células do braço armado do Hezbollah – grupo que é um partido político no Líbano, mas que tem sua atuação armada voltada contra Israel – no país.

A Guerra na Líbia

Nos últimos dias, o general renegado teve de se retirar do cerco que fazia a capital Tripoli, uma vez que as tropas do Governo de Acordo Nacional (GNA), reconhecido internacionalmente, tomaram o controle de uma vasta área ao redor da cidade. Agora, a GNA mira na região de Tarhuna, o último enclave do Exército de Hafter.

A tentativa de captura da capital por Hafter teve início em abril de 2019, dias antes de as Nações Unidas começarem a negociar um cessar-fogo. Hafter é apoiado pela Rússia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Arábia Saudita e França em menor grau, enquanto a GNA recebe dinheiro e treinamento da Turquia, que envia mercenários sírios para lutarem no país – movimento que enfraqueceu as linhas de defesa dos rebeldes na Síria abrindo margem para as forças de Damasco retomarem grandes porções territoriais.

Após as sucessivas derrotas ao longo da última semana, o presidente do Egito, Abdul Al-Sisi, disse na segunda que o general renegado apoia um cessar-fogo com a GNA, enquanto as tropas governistas indicaram que pretendem lançar uma última ofensiva contra o Exército do general renegado o mais cedo possível.

A Líbia vive uma guerra civil desde que o antigo ditador Muammar Khadafi foi derrubado por opositores que tiveram a ajuda da força-aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), autorizada a atuar pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas – a abstenção brasileira, que na época ocupava o cargo de membro rotativo no Conselho, foi vista como um apoio moderado –, sob o pretexto de proteger a população civil do Exército de Khadafi em 2010. A resolução 1.973 foi a primeira em que a ONU autorizou o uso da força contra um Estado. Pouco depois, o Brasil condenou a intervenção e disse que a resolução não estava sendo usada para proteger os civis, mas para forçar a mudança de regime.

 

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