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Grupo hacker russo diz ter atacado sistema do governo brasileiro; Serpro nega que foi invadida

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Segundo os cibercriminosos, está à venda o acesso à rede do governo brasileiro com mais de 3 TB de dados

Portal gov.br: dados roubados do governo brasileiro estariam em domínio de um grupo de hackers russos (Rafael Henrique/SOPA Images/Getty Images)

De acordo com a conta DarkTracer no Twitter, que faz atualizações e reporta sobre ataques cibernéticos, os sistemas do governo brasileiro sofreram ataques cibernéticos na última terça-feira, 30.

Segundo os responsáveis, o grupo Everest ransomware, o “GOV Brazil” está na sua lista de vítimas. Ainda segundo informações do próprio grupo de hackers, quem estiver interessado nos 3 TB de dados que eles possuem, basta entrar em contato.

“Está a venda acesso à rede Gov Brasil, mais de 3 TB de dados. Para dúvidas, contate: everestransomteam@onionmail.org”, diz o site do grupo de ransomware, que tem uma lista de vítimas no mundo todo.

A Secretaria Especial de Comunicação Social ainda não se pronunciou sobre o ocorrido. O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) – principal provedor de soluções tecnológicas para o Brasil, responsável por administrar o maior banco de dados do país com informações de todos os cidadãos brasileiros, por sua vez, negou o ataque.

Resta saber se esses dados estão, ou não, na mira de cibercriminosos russos, e qual o interesse por trás disso.

Para João Nyegray, professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo (UP), em termos de sequestro de dados, o especialista lembra das sérias acusações contra o ex-presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, de ter contratado ou ter buscado a interferência dos russos para conseguir dados contra os seus opositores.

“Algum tempo depois, os russos e os ucranianos também haviam sido abordados pelo governo Trump para buscar dados contra os familiares de John Biden, ainda na campanha presidencial que elegeu Biden nas últimas eleições estadunidenses”, diz Nyegray.

Seria essa uma forma de obter dados de eleitores brasileiros para interferência nas eleições de outubro? O especialista acredita ser mais provável que essas informações possam ser utilizadas e sequestradas para cobrança de resgate.

Segundo o professor, isso fica mais evidente porque o Brasil até agora não entrou tão fortemente nas pressões contra a invasão da Ucrânia, em virtude da política externa do governo brasileiro nesse momento.

“O Brasil vem se pautando pela defesa dos países dos Brics e pela solução pacífica das controvérsias. Eventualmente, essa pode ser mais uma tentativa dos russos de sequestrar dados para que, com isso, consigam exigir mudanças políticas, não só no governo brasileiro, mas em outros governos cujos dados possam, eventualmente, ter sido sequestrados também”.

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