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Governo da Espanha demite diretora do Centro Nacional de Inteligência por escândalo de espionagem

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A diretora do Centro Nacional de Inteligência (CNI), Paz Esteban, foi demitida pelo governo espanhol, nesta terça-feira (10), depois do escândalo de espionagem que tem perturbado a instituição nas últimas semanas

© AP Photo / Joan Mateu Parra
A saída de Esteban ocorreu depois que um relatório do Centro Criptológico Nacional (CCN), dependente do CNI, confirmou a brecha de segurança que permitiu que o celular do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e os de pelo menos três ministros do seu gabinete: os chefes da Defesa, do Interior e das Relações Exteriores, fossem espionados.
Já antes o órgão responsável pela inteligência espanhola foi um foco das críticas, após a descoberta da espionagem a que tinham sido submetidas 65 figuras do movimento independentista catalão, incluindo todos os presidentes desta região desde 2010. Embora não se conhecesse o responsável, todos os olhares se concentraram no CNI.
De fato, a própria Estaban confirmou na semana passada, na Comissão de Segredos do Congresso dos Deputados, que o centro que ela dirigia havia interceptado os terminais de pelo menos 18 pessoas relacionadas com o independentismo, entre as quais estava o atual presidente da Catalunha, Pere Aragonés, que tinha sido espiado quando era vice-presidente. Além disso, teriam sido grampeados os telefones de outras dez pessoas desse círculo, já que o relatório apresentado continha dez nomes.
Todo esse escândalo de espionagem resultou em duras críticas provenientes da oposição, dos partidos catalães e, inclusive, do Unidas Podemos, parceiro minoritário dos socialistas no governo liderado por Sánchez. Durante estas semanas eles exigiram responsabilizar personalidades oficiais, inclusive a chefe do Ministério da Defesa, Margarita Robles.
O gabinete de Sánchez comprometeu-se a levar a cabo duas investigações, uma interna no seio do CNI e outra a cargo do Provedor de Justiça. Agora alguns acreditam que a cabeça de Esteban é um presente que pretende acalmar as águas, sobretudo perante o Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), o partido independentista que foi afetado pela espionagem e que até agora tinha sido parceiro do governo Sánchez.
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