terça-feira, 07/05/2024
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Estudo revela que uma italiana medieval foi submetida a pelo menos 2 cirurgias de crânio (FOTOS)

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Um exame detalhado do crânio de uma mulher que viveu no assentamento medieval de Castel Trosino, no centro da Itália, há mais de 1.300 anos revelou que essa mulher de meia-idade havia sido submetida não uma, mas pelo menos duas vezes, a procedimentos cirúrgicos invasivos.

CC BY 4.0 / Ileana Micarelli/Flavia Strani/Samuel Bedecarrats et al / (cropped image)

 

Um novo estudo internacional, coordenado pela Universidade Sapienza em colaboração com a Università Cattolica del Sacro Cuore em Milão, o Instituto McDonald de Pesquisa Arqueológica em Cambridge, as universidades de Aix-Marseille e Caen na França e a Universidade de Washington, revela a existência de perfurações no crânio de uma mulher de Longobard, encontrada no cemitério de Castel Trosino, perto de Ascoli Piceno, na Itália central.
Análises macroscópicas, microscópicas e de tomografia computadorizada (TC) revelam os sinais de pelo menos duas operações realizadas no crânio, incluindo uma cirurgia em forma de cruz, pouco antes da morte da mulher. Além disso, garças a um novo método de pesquisa bioquímica de alta resolução aplicado a um dos dentes preservados, foram reconstruídas mudanças especificas na dieta da mulher e na mobilidade desde o início da vida até a idade adulta.
“Descobrimos […] que a mulher sobreviveu a várias cirurgias, tendo sido submetida a terapia cirúrgica de longo prazo, que consistiu em uma série de perfurações sucessivas”, diz Ileana Micarelli, da Universidade de Cambridge, ex-pós-doutoranda na Sapienza e primeira autora do estudo.
Processo de moldagem e fundição no crânio CT1953. - Sputnik Brasil, 1920, 14.02.2023
Processo de moldagem e fundição no crânio CT1953.
“A última cirurgia parece ter ocorrido pouco antes da morte do indivíduo. Não há lesões que sugiram a presença de trauma, tumores, doenças congênitas ou outras patologias. Além disso, embora seja intrigante considerar a possibilidade de um motivo ritual ou judicial, nenhuma evidência osteológica ou histórica suporta tais hipóteses”, conclui Giorgio Manzi, do Departamento de Biologia Ambiental.
As técnicas cirúrgicas específicas utilizadas envolveram a raspagem óssea do crânio como parte da trepanação, um tratamento médico. Este tipo de tratamento foi discutido na literatura medieval europeia, e alguns registros datam de períodos ainda mais antigos. No entanto, esta é a primeira vez que os cientistas foram capazes de provar que um crânio medieval foi submetido a esses procedimentos perigosos.
Essa descoberta de raras evidências de uma operação de perfuração abre caminho para estudos futuros sobre as razões e métodos de tratamento, bem como o papel dos cuidados da comunidade em relação aos doentes durante a época medieval.
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