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Endividamento e estresse financeiro em famílias voltam a crescer, diz FGV

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Uma em cada quatro famílias está endividada ou usando a poupança para arcar com despesas; situação atinge com mais intensidade famílias de baixa renda

Agravamento da pandemia neste ano contribuiu para situação, aponta pesquisadora (Jader Paes/Ag.Pará/Divulgação).

O aperto na conta dos brasileiros retornou em 2021 e o estresse financeiro – indicador que abrange pessoas que dizem já estar endividadas e as que estão usando parte da poupança para quitar despesas correntes – já atingia 25,7% das famílias no país em março, aponta sondagem do FGV Ibre divulgada nesta quinta-feira, 15.

A situação ocorre principalmente entre as famílias de baixa renda. O endividamento acometia 10,6% das famílias em março, segundo a pesquisa, porém o número salta para 22,1% nas com renda mensal de até R$ 2,1 mil. O índice para o grupo supera os números mensais registrados de 2020, o que não ocorre com as outras faixas de renda.

A coordenadora de sondagens do FGV Ibre Viviane Seda aponta que o agravamento da pandemia neste ano é o principal fator que contribui para a situação. “Muitas empresas no setor de serviços, por exemplo, tiveram que demitir seus trabalhadores e grande parte desses trabalhadores ganham relativamente pouco”, afirma.

Cerca de 79% dos respondentes dessas famílias afirmaram que ao menos um membro da casa se tornou inadimplente ou aumentou o atraso nas dívidas dos últimos seis meses em função da pandemia. Para 49,6% do grupo, o principal motivo apontado foi a perda de emprego.

Em janeiro, a inadimplência medida pelo Banco Central estava em 4,1%. A taxa vinha caindo desde maio de 2020, quando atingiu o pico de 5,6%. Segundo Viviane, o movimento pode se reverter neste ano.

A economista vê um cenário em que a situação das famílias de baixa renda pode permanecer difícil nos próximos meses se mantida a lentidão na vacinação e na redução do contágio pela covid-19. “O retorno à normalidade dos consumidores vai sendo adiado. Isso acaba complementando a questão da renda menor”, afirma.

A desaceleração, em abril, do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), é um sintoma disso, na avaliação da pesquisadora. Apesar da inflação estar sendo empurrada por dificuldades com insumos e matéria-prima, o nível baixo de consumo das últimas semanas desacelerou o aumento de preços.

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