sexta-feira, 03/05/2024
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Defensoria abre ação civil contra a prefeitura de Avaré e CDHU

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Ação é para agilizar obras em casas que ficam entre barracos. Prefeitura diz que fará em ações paliativas para diminuir os riscos.

Bairro tem diferença entre altura de casas e soma dois deslizamentos (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Bairro tem diferença entre altura de casas e soma dois deslizamentos (Foto: Reprodução/ TV TEM)

A Defensoria Pública de São Paulo abriu ação civil pública contra a Prefeitura de Avaré (SP) e a Companhia Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) para pedir urgência na realização das obras em quatro casas que ficam entre barrancos no Bairro Conjunto Camargo, já que há risco dos barrancos desabarem. Em nota, a prefeitura afirma que fará em ações paliativas no local. Já a CDHU afirma que enviará técnicos para verificar a situação.

Em dezembro de 2015, um barranco despencou e encobriu a edícula e a lavanderia da casa  da pensionista Dirce Aparecida Gutierrez, que foi parcialmente soterrada após o deslizamento. Cinco meses após o acidente,a moradora aguarda as obras no imóvel, já que o local tem risco de novo acidente.

Outras moradoras que já sofreram com deslizamento e soterramento foram a doméstica Roseli Aparecida dos Santos e a trabalhadora rural Luiza André. Roseli mora na casa em cima do barranco e, depois do deslizamento, teve a cozinha e a lavanderia interditadas pela Defesa Civil. Segundo ela, rachaduras começaram a aparecer nas paredes dentro e fora do imóvel.

Depois do deslizamento apenas uma lona foi colocada no barranco (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Depois do deslizamento apenas uma lona foi colocada no barranco (Foto: Reprodução/ TV TEM)

“Não poderia estar usando minha cozinha, mas como não tenho onde ficar, estou usando. Espero uma solução urgente da prefeitura ou CDHU. Se eu tirar as lonas minha casa corre o risco de cair. Quando chove muito forte eu fico preocupada”, reclama.

Já a moradora Luiza vive debaixo do barranco e está com o quintal interditado após o deslizamento. Desde o acidente, apenas uma lona foi colocada entre as casas para evitar mais acidentes. “Se não fosse a lona já tinha caído a casa da mulher na minha. Quando chove de noite, a gente nem dorme, porque aqui enche de água e nós temos que levantar para tirar a água”, afirma.

Além de uma solução imediata para esses casos graves do bairro, a ação da defensoria, que tem parecer favorável do Ministério Público, pede que todo conjunto habitacional receba os muros de arrimo. O muro serve para que não haja novos deslizamentos de terra, explica o defensor público Gustavo Rodrigues Minatel.

Defensor público abriu ação civil pública contra órgãos públicos (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Defensor público abriu ação civil pública contra órgãos públicos (Foto: Reprodução/ TV TEM)

“A situação é grave, pois algumas famílias estão em uma situação ainda pior. Exatamente por isso que a defensoria apresentou um pedido de tutela de urgência, que nada mais visa a antecipação do que o juiz daria no final do processo para agora no início do processo. Em especial, esse pedido tem por finalidade beneficiar quatro famílias, que são os casos de maior gravidade e risco de novos deslizamentos”, explica.

Outro lado
De acordo com o secretário de Obras e Habitação, Paulo Ciccone, a prefeitura elaborou um plano para as situações mais graves. Porém, para resolver o problema, o município depende de recursos estaduais ou federais.

“O prefeito já autorizou e a gente vai fazer obras paliativas nos dois casos, como fazer muros menores e mais baixos. Já conversamos com os moradores e eles concordaram. A situação não inviabiliza os terrenos. Além disso, vamos fazer uma contenção, recompor o talude e vegetação, além de um estudo para tirar a água que escorre pelos taludes. Sem contar que serão feitas a captação e drenagem para que isso não ocorra. Com isso, nós garantimos que não tenham mais acidentes até que consigamos recursos do governo do estado e possamos reconstruir o muro e fazer uma obra definitiva”, defende.

Já a CDHU afirma que desconhece a ação civil da Defensoria Pública e diz que vai enviar técnicos da companhia para verificar a situação. O empreendimento foi entregue em 2003 e no projeto original, aprovado pela prefeitura e demais órgãos, não estavam previstas obras de contenção. Depois,  a prefeitura solicitou recursos da Secretaria de Estado da Habitação para executar muros de arrimo nas quadras “K” e “L” do lote 1 ao 11 do conjunto.

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