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CPMI do 8 de janeiro pode votar nova convocação de Mauro Cid e aprovar quebra de sigilos de Zambelli

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(Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro se reúne nesta quinta-feira, 24, para votar 57 requerimentos. Entre os principais temas, estão a nova convocação do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Outros aliados de Bolsonaro ficaram de fora.

A relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), sugeriu um novo depoimento de Cid após as investigações da Polícia Federal (PF) apontaram a participação dele na venda ilegal de presentes recebidos pelo Brasil de autoridades estrangeiras. O tenente-coronel prestou um primeiro depoimento à CPMI no dia 11 de julho.

“Requer-se nova inquirição do tenente-coronel Mauro Cid em parte em razão das práticas já apontadas em outras investigações, em parte pelo fato de que suas manifestações em diálogos já divulgados sugerem eventual envolvimento em escala até maior do que a inicialmente apontada”, argumenta Gama.

Além de Mauro Cid, a comissão pode votar a quebra de sigilos de outros três militares ligados à Ajudância de Ordens da Presidência da República na gestão Bolsonaro. A relatora quer investigar o possível envolvimento deles no pagamento de despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com dinheiro vivo e sem comprovação de origem. São alvos dos requerimentos o coronel Marcelo de Costa Câmara, o tenente Osmar Crivelatti e sargento Luis Marcos dos Reis, que presta depoimento à CPMI nesta quinta-feira logo após a reunião deliberativa. Eliziane também apresentou um pedido de convocação para o tenente Osmar Crivelatti.

A comissão também pode votar a convocação de dois integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal: o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues e o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior. O objetivo é identificar quem determinou a abertura da Esplanada dos Ministérios a manifestantes antes do dia 8 de janeiro e analisar as tentativas para dissuadir a perturbação da ordem pública.

Havia a expectativa da comissão votar requerimentos de quebras de sigilo de aliados de Bolsonaro e do próprio ex-presidente. Porém, o presidente da CPMI do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União Brasil-BA), retirou os requerimentos da relatora da pauta do dia.

Gama havia preparado uma lista de quatro requerimentos prioritários para serem aprovados. Os pedidos incluíam a quebra do sigilo telefônico do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; a produção de relatórios de inteligência financeira (RIFs) de Carla Zambelli e do general Mauro Lourena Cid, assim como a quebra do sigilo bancário do militar e do sigilo telefônico da parlamentar. Entre as demandas, apenas a que atinge a deputada federal foi atendida.

Quebra de sigilo de Carla Zambelli

Outros requerimentos que devem ser analisado pelos parlamentares está relacionada à deputada Carla Zambelli. A relatora da CPMI defende a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da parlamentar para investigar uma denúncia feita à comissão pelo hacker Walter Delgatti Neto. Segundo o Delgatti, a Zambelli teria pago R$ 40 mil para que ele tentasse invadir plataformas mantidas pela Justiça na internet.

“Carla Zambelli teria negociado com Delgatti, inclusive ofertando-lhe dinheiro em espécie, para que invadisse as urnas eletrônicas e realizasse invasões de dispositivos informáticos, com o fim de questionar a validade do sistema eleitoral brasileiro”, justifica Eliziane.

A relatora sugere ainda a quebra dos sigilos de três pessoas ligadas à deputada federal. Ela quer investigar se o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), irmão da parlamentar, testemunhou um telefonema em que Jair Bolsonaro teria sugerido que Walter Delgatti Neto assumisse a responsabilidade por um grampo ilegal contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eliziane Gama questiona ainda se o coronel Antonio Aginaldo de Oliveira, marido de Carla Zambelli, e Renan Cesar Silva Goulart, motorista da deputada, fizeram pagamentos ao hacker.

Bloqueios em rodovias

A CPMI também vai avaliar a quebra de sigilo de servidores públicos que, supostamente, participaram do  planejamento e execução de bloqueios em rodovias no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, especialmente na região Nordeste. São alvos dos pedidos de quebra de sigilo:

  • Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça;
  • André Saul do Nascimento, gestor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina;
  • Luís Carlos Reischak Júnior, ex-superintendente da PRF no Rio Grande do Sul;
  • Marcelo de Ávila, servidor da PRF; e
  • Djairlon Henrique Moura, servidor da PRF.

Os parlamentares também devem votar requerimentos para apurar o financiamento de caravanas de manifestantes a Brasília (DF) nas vésperas dos atentados de 8 de janeiro. Segundo relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), houve “grande pulverização dos contratantes de fretados”, o que pode indicar que pessoas envolvidas no aluguel dos ônibus possivelmente foram “utilizadas como laranjas com o objetivo de ocultar os verdadeiros financiadores das caravanas e dos manifestantes”.

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