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Covid-19: Apesar de apresentar estabilidade, índices de mortes e casos confirmados ainda é alto em Juiz de Fora, indica estudo da UFJF

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Dados são do 28º Boletim Informativo da Plataforma JF Salvando Todos. Apesar da estabilidade, pesquisadores alertam para agravamento da pandemia em todo o país com uma possível terceira onda.

Estado do Rio fez poucos testes de detecção da Covid-19 desde o início da pandemia. — Foto: Reprodução/TV Globo

Apesar de o número de óbitos permanecer estável em Juiz de Fora, o índice ainda é elevado. A conclusão esta na 28ª edição do Boletim Informativo da Plataforma JF Salvando Todos, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que coletou dados durante a segunda quinzena do mês de maio. O documento registrou também o crescimento no número de casos, o que pode indicar o início de mais uma onda de contágio, o que torna o cenário ainda mais preocupante com a chegada do inverno.

Segundo o estudo, elaborado por alunos e docentes do curso de estatística da UFJF, no dia 10 de maio, de acordo com os dados indicados pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a cidade registrava 31.013 casos confirmados e apontava o óbito de 1.519 juiz-foranos. Já dia 24 do mesmo mês, esses números aumentaram para 32.907 casos confirmados e 1.594 falecimentos em decorrência do vírus. Os dados representam um crescimento de 6,1% e 4,9%, respectivamente, no período de 14 dias.

Já o Número de Reprodução Efetivo (Rt), um dos principais parâmetros para considerar o controle da pandemia, permaneceu acima do esperado a partir do dia 18 de maio. Entre os dias 18 e 20 de maio, índice chegou ao máximo de 1,51. No dia 24 de maio, era igual a 1,22

O Rt indica o potencial de propagação do vírus. Quando esse número é superior a um, cada pessoa infectada está transmitindo a doença para pelo menos mais uma pessoa.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das condições para que a pandemia esteja sob controle é a de que os valores do Rt sejam menores que 1, persistentemente, por pelo menos duas semanas – condição que não foi verificada em Juiz de Fora e na Zona da Mata, embora os números tenham apresentado melhora, se comparados com os Boletins Informativos anteriores.

Segundo um dos autores do estudo, professor Marcel Vieira, os dados são o reflexo do aumento de circulação de pessoas na cidade, verificado através do Google Mobility.

Ainda segundo o pesquisador, apesar de o cenário ser preocupante, ainda não é possível afirmar que Juiz de Fora seja acometida por uma nova onda da pandemia.

“O momento é de alerta e precisaremos ficar atentos aos dados dos próximos dias e semanas. Nós temos tido, na última semana, por volta de 40 vidas perdidas. Esse número tem se mantido entre 40 e 45 numa semana e números como esse não eram comuns no ano passado. Desde o início do ano a gente vem percebendo um crescimento no número de vidas perdidas que, embora tenha se estabilizado na última semana, ainda se estabilizou em um patamar muito elevado”, disse o pesquisador.

Covid-19 em Juiz de Fora

Na 20ª semana epidemiológica, entre os dias 16 e 22 de maio, o município contabilizou1.177 novos casos confirmados e 45 registros de vidas perdidas. Segundo o Boletim, houve um aumento de 83,9% no número de casos e redução de 2,2% no número de mortes, se comparados à 19ª semana epidemiológica, entre os dias 9 e 15 de maio.

Quando analisada a média móvel de sete dias em Juiz de Fora, houve um crescimento de 21,5% no número de casos, evoluindo de 142,6 para 173,3. Já a média móvel do número de óbitos apontou uma diminuição de 32,5%, decrescendo de 9,1 para 5,9.

O boletim faz uma análise da distribuição dos óbitos, segundo a faixa etária e gênero, e mostrou que a maioria dos pacientes que chegaram a óbito, 77,6% em Juiz de Fora, tinham 60 anos ou mais. Entre os falecimentos, 52,4% foram de pessoas do sexo masculino.

O documento também mostra que a taxa de letalidade em Juiz de Fora ainda continua superior à de Minas Gerais e a do Brasil, sendo que, em 24 de maio, alcançou 4,84%. Em comparação, a taxa era de 2,89% na Zona da Mata, 2,58% em Minas Gerais e 2,79% no Brasil na mesma data.

Vacinação
A Plataforma JF Salvando Todos começou a acompanhar os números da vacinação em Juiz de Fora no dia 26 de janeiro. Até o dia 6 de junho, 260.354 doses de vacina foram aplicadas, sendo 182.661 de primeira dose e 77.693 aplicações de segunda dose.

Segundo a plataforma, até o dia 25 de maio, a média móvel no número de primeiras doses aplicadas era de 2.856,4, apresentando um crescimento se comparado ao dia 27 de abril, em que a média era 1.446,6.

Já em relação à segunda dose, o boletim aponta que, em 25 de maio, a média móvel era 180, o que representa uma diminuição expressiva, pois em 27 de abril a média era de 536,4. Na 20ª semana epidemiológica, foram aplicadas 15.054 primeiras doses e 1.043 segundas doses do imunizante no município.

“Percebemos que o ritmo de vacinação depende principalmente da disponibilização de vacinas. Essas vacinas precisam ser disponibilizadas pelo Ministério da Saúde de forma mais rápida para que cheguem aos municípios, porque estamos percebendo que uma vez que essas vacinas chegam, os municípios têm feito o trabalho de aplicá-las. Hoje precisamos concentrar esforços na vacinação porque vai ser a maneira mais eficiente de controlarmos a pandemia”, conclui Marcel.

Cuidados

Os indicadores epidemiológicos do município apontam que é preciso ainda mais contribuição da população para que o número de casos e de mortes em decorrência da Covid-19 diminua.

De acordo com especialistas, a possibilidade do surgimento de uma terceira onda não é descartado e o relaxamento das medidas preventivas pode contribuir para isso.

O médico Rubens Cleto diz que, o cansaço e o desenvolvimento de doenças psiquiátricas, como depressão, ansiedade e estresse estão fazendo com que as pessoas deixem de lado o distanciamento social.

“A gente está a mais de um ano vivendo num mundo completamente diferente do que já vivemos e isso tá fazendo as pessoas relaxarem e é nessa hora que o contágio vai aumentando. Além disso, temos visto o surgimento de novas variantes, porque quanto mais o vírus circula, mais predisposto a fazer novas variantes ele fica”, explica.

Cleto diz ainda que a imunização não é imediata e que mesmo depois da segunda dose é preciso muito cuidado.

“As pessoas que tomaram a primeira dose estão tendo uma falsa sensação de imunização, mas não é. Além disso, a gente sabe a imunização só se dá de 15 a 30 dias depois da segunda dose. E nenhuma vacina é 100% eficaz, a vacina é pra diminuir a circulação do vírus, diminuir os casos graves, mas ela não imuniza totalmente então você ainda tem uma possibilidade menor de ser infectado.”

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