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Cerca de 150 lojas do DF não reabrirão devido a endividamento, calcula sindicato

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Primeiro dia de retomada das atividades teve baixo movimento nos estabelecimentos comerciais do Distrito Federal. Ainda assim, representantes do setor acreditam que a confiança do consumidor voltará nos próximos dias

Restaurante na Asa Sul registrou perdas financeiras e teve demissões de funcionários durante a pandemia – (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Um mês depois de as medidas restritivas para mitigar a disseminação da covid-19 entrarem em vigor no Distrito Federal, parte dos setores considerados não essenciais voltaram a funcionar, nesta segunda-feira (29/3). O dia ficou marcado por comerciantes animados, mas ruas vazias. Para empresários e representantes de entidades sindicais e associativas, o baixo movimento decorreu do medo da população de se contaminar. Mesmo assim, eles esperam melhora nos próximos dias. Enquanto isso, o DF soma 319.712 mil casos da doença e 5.818 mortes provocadas pelo novo coronavírus.

O Governo do Distrito Federal (GDF) aguarda, para esta semana, o recebimento de mais 40 mil doses de vacinas contra a covid-19. A expectativa, com a chegada de mais imunizantes, é ampliar a campanha para novos públicos. Em coletiva, na segunda-feira (29/3), no Palácio do Buriti, o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, reforçou que o governador Ibaneis Rocha (MDB) avalia diariamente os dados da pandemia e que, por enquanto, não pensa em suspender a reabertura de atividades não essenciais.

Dona de uma loja de roupas na Asa Sul, Lucinéia Nunes Martins, 62 anos, comentou a movimentação abaixo do esperado: “O que evita as vendas é o medo do contágio, principalmente pela alta dos casos e do número de mortes”, avalia. Para ela, a volta tem ocorrido de maneira desorganizada. “Os horários têm o intuito de evitar aglomeração nos ônibus, mas não é legal. Às 20h, no comércio de rua, não tem ninguém. Não vou ficar com a loja aberta nesse horário, sendo que não há movimento, correndo risco de sofrer assalto”, completa.

Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa, a alteração dos horários de funcionamento e o toque de recolher são importantes para a volta da economia. A expectativa, segundo ele, é de que estes primeiros dias impulsionem os comerciantes. “Semana que vem é o período de (fechamento da) folha de pagamento. Teremos faturamento de cinco dias cheios, o que gera algum alento para os empresários do DF. Aos poucos, a economia vai voltar ao normal”, acredita.

Medo do futuro

Com a venda de marmitas, o restaurante Café no Ponto da Asa Sul conseguiu sobreviver durante o período de restrições. No entanto a gerente Izaura Santiago, 45, diz que, apesar das adaptações, o estabelecimento teve pouca procura durante a pandemia e registrou muitas demissões. “Os donos têm o entendimento de que não há como (evitar). Sendo assim, ocorreram cortes no quadro de funcionários”, relata. Além da situação da loja, Izaura se preocupa com o futuro dela e da família. “Estou insegura. Não sei se esse fechamento vai acontecer de novo. Abrimos, mas não sabemos se vamos manter. Precisamos que o governo crie novas estratégias, outras logísticas para nos ajudar”, cobra a gerente.

Apesar do retorno, o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), Sebastião Abritta, afirma ser cedo para avaliar a situação do comércio. “Reabriram em fim de mês, quando não há muita procura, além de ser véspera de feriado santo. Não há grande expectativa nas vendas devido a isso”, considera. Além disso, o sindicato calcula que cerca de 150 lojas não retomarão as atividades, em razão do endividamento. O vice-presidente afirma que será necessário aguardar de sete a 10 dias para verificar os resultados. “Sem contar que há várias pessoas com medo de sair, no aguardo da vacina”, pondera.

Ponto facultativo

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), estabeleceu que a quinta-feira (1º/4) será de ponto facultativo para servidores da administração pública. Decreto publicado em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF), na segunda-feira (29/3), exclui as áreas de saúde, segurança, vigilância sanitária, comunicação, assistência social, os órgãos de fiscalização do consumidor, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) e a Receita do Distrito Federal. Cada um desses órgãos deverá seguir as instruções das respectivas chefias. As unidades responsáveis por atendimentos essenciais aos cidadãos vão manter escalas, de modo a garantir a prestação ininterrupta dos serviços.

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