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A nova quarentena da Venezuela: 7 dias de abertura e 7 dias de fechamento

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Depois de três meses de quarentena, o governo de Nicolás Maduro adota uma estratégia curiosa para lidar com a pandemia

Venezuela: modelo chamado de “7+7” valerá para alguns setores da economia escolhidos pelo governo (Foto/AFP)

Com o fim do prazo das medidas de quarentena na Venezuela nesta sexta-feira, 12, o governo do presidente Nicolás Maduro decidiu adotar um plano de reabertura flexível bastante peculiar. Agora, o país seguirá um modelo que prevê sete dias de abertura seguidos de sete dias de fechamento.

O modelo chamado de “7+7” valerá para alguns setores da economia escolhidos pelo governo. Os primeiros sete dias de abertura começam a valer a partir da segunda-feira (15). Em um pronunciamento na semana passada para anunciar as novas medidas, o presidente Nicolás Maduro disse que o objetivo do governo era “virar a página” da quarentena.

Ontem, Maduro afirmou que deve incluir também os shoppings centers no plano de reabertura a partir da semana que vem. E mais detalhes devem ser divulgados nesta sexta-feira sobre as medidas e os protocolos de segurança que devem ser seguidos pelos comerciantes.

A primeira fase da flexibilização da quarentena na Venezuela teve início em 1º de junho, quando o país liberou o funcionamento de agências bancárias, consultórios médicos e de dentistas, obras, lojas de materiais de construção, lojas de autopeças e cabelereiros. As atividades em alguns setores da indústria também foram liberadas, como têxtil, calçados, química e agroindustrial.

Agora, no modelo “7+7” a reabertura será expandida para outros segmentos. Na nova quarentena flexível, as empresas e o comércio poderão funcionar inclusive aos sábados e domingos. A medida, no entanto, não valerá para todas as cidades. Locais onde o número de caso continua subindo não serão incluídos no novo plano.

A nova quarentena flexível substitui o plano anterior do governo venezuelano de permitir uma abertura durante cinco dias, seguida por 10 dias de fechamento (“5+10”). Mas a ideia, anunciada no fim de maio, nem chegou a ser colocada em prática.

De acordo com os dados do governo, a Venezuela tinha até ontem 2.814 casos confirmados da covid-19 e 23 mortes. A maior parte está concentrada nas regiões que fazem fronteira com a Colômbia e com o Brasil e na região da capital Caracas.

O país, que vive uma grave crise política e econômica há anos, foi ainda mais abalado com a chegada da pandemia. A indústria de petróleo – principal atividade econômica – está praticamente paralisada. Apenas um poço de petróleo em operação e a produção despencou para aproximadamente 600.000 barris por dia, de acordo com informações da agência Reuters. Para não ficar sem combustível, o país teve de importar cerca de 1,5 milhão de barris de petróleo do Irã, enviados em cinco petroleiros.

Acostumados a ter gasolina praticamente de graça no país, os venezuelanos agora enfrentam o racionamento do combustível e precisam encarar longas e demoradas filas para conseguir abastecer. O corte dos serviços de energia e de água ficou mais frequente, o que só ampliou o drama no país. O fim da quarentena, ainda que em um esquema de abre e fecha, não deve ser suficiente para tirar a Venezuela do buraco.

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