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70% das lideranças públicas não têm agenda de debate sobre tecnologia, diz estudo

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Por região, o Sudeste é o que está em pior situação, com 43% dos gestores sem um tempo dedicado ao governo digital

(Luis Alvarez/Getty Images)

A maior parte dos gestores públicos em cargos de liderança, como prefeitos, governadores ou ministros, não tem uma agenda voltada para assuntos relacionados à tecnologia. O cenário aparece em um estudo [veja completo] feito pela consultoria IDC Brasil, encomendado pela Dell Technologies, onde mostra que 70% dos executivos da administração pública não estão empenhados na agenda digital. Um dos principais reflexos dessa lacuna é a segurança, com diversos ataques registrados a portais governamentais nos últimos anos.

Para o estudo, foram entrevistados 100 administradores de órgãos governamentais e 50 de empresas públicas, sempre em municípios com população mais de 10.000 habitantes e nas três esferas: municipal, estadual e federal.

“Esse recorte de tamanho de municípios foi para tirar da amostra iniciativas ainda muito prematuras. Temos uma representatividade regional muito alinhada com o PIB e buscamos cinco aspectos principais: prioridades de digitalização, orçamento, atenção ao servidor, inovação, e de segurança”, explica Luciano Saboia, gerente de pesquisa e consultoria de telecomunicações da IDC Brasil.

Ao olhar os números mais detalhadamente, o estudo revela que nos órgãos da administração geral 69% dos líderes não têm uma agenda de tecnologia. Essa parcela sobe para 73% quando se fala só de empresas públicas. Por região, o Sudeste é o que está em pior situação, com 43% dos gestores sem um tempo dedicado ao governo digital. A região Sul é a mais avançada, com 20% dos líderes públicos sem uma rotina de trabalho voltada a pensar em melhorar a tecnologia.

“Existe uma oportunidade muito grande de desenvolvimento da sociedade, da melhora da experiência do cidadão, ainda não aproveitada por meio do uso da tecnologia pelos governos. É preciso destacar que houve avanços na digitalização nos últimos anos, como o imposto de renda, a Carteira Nacional de Habilitação digital, e a Justiça Eleitoral”,  afirma Bruno Assaf, diretor para setor público da Dell.

O executivo lembra, porém, que em algumas áreas a falta de um cuidado maior nas questões de tecnologia pode gerar uma vulnerabilidade. Em 2020, o Superior Tribunal de Justiça foi alvo de ataques hacker, o que paralisou por alguns dias os julgamentos da corte. Em 2022, o Ministério da Saúde também foi afetado, com impacto no funcionamento e na geração de dados sobre a covid-19 e campanha de vacinação.

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