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Mohammed Bin Salman: um príncipe na América

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O príncipe-herdeiro da Arábia Saudita se encontra nesta terça-feira com o presidente Trump e com legisladores dos principais partidos americanos

O príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, conhecido como MBS, se encontra com o presidente Donald Trump e com legisladores dos principais partidos americanos nesta terça-feira em Washington.

MBS, que vem de uma viagem ao Reino Unido, onde foi recebido com regalias pela família real e pela primeira ministra Theresa May, chega aos Estados Unidos procurando por apoio institucional e oportunidades de negócios, num esforço para tentar tirar a economia saudita de uma dependência do petróleo, commodity responsável por cerca de dois terços das exportações do país.

A primeira parte da viagem, principalmente as conversas com Trump, deve ser focada em questões de defesa e política externa. Salman, que também é ministro da Defesa, comanda uma guerra que já dura três anos contra o vizinho Iêmen que isolou a pequena monarquia do Catar.

O conflito deve ser parte das conversas com Trump, bem como a influência do Irã na região. Os dois devem também abrir canais para cooperação em termos de segurança — MBS se encontra também com o secretário de Defesa, Jim Mattis.

Assim como na Inglaterra, as relações militares dos Estados Unidos com os árabes deve ser alvo de escrutínio. Os americanos já venderam cerca de 110 bilhões de dólares em armamentos para os sauditas.

Com a roupagem da renovação, ele deve fazer um roadshow em busca de investimentos: depois de Washington, MBS segue para Nova York, Boston, Houston, Los Angeles, São Francisco e Seattle.

Com apenas 32 anos, MBS tem imposto uma série de reformas em seu país a fim de passar a imagem de que a Arábia Saudita é agora uma nação aberta a mudanças — ele prendeu ou retirou do poder antigos oligarcas, além de ter dado permissão para que mulheres possam dirigir e ter reaberto cinemas no país.

Em uma entrevista à rede de TV CBS, Salman chegou a dizer que “as mulheres são totalmente iguais” aos homens e reconheceu que a Arábia Saudita vem sendo comandada por uma interpretação ultraconservadora do Islã.

O auge desse processo de abertura seria uma abertura de capital (IPO) da estatal de petróleo saudita, Aramco, que deve abrir 5% de seu capital, uma transação avaliada em 100 bilhões de dólares, o que elevaria o valor de mercado da estatal para algo próximo de 2 trilhões de dólares. Seria o maior IPO da história — e que muitos investidores americanos gostariam de participar.

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