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Presidente do Uruguai pede que se deixem de lado ideologias no Mercosul

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Volta do centro-direita ao poder no Uruguai, após 15 anos de governos de esquerda, é cercado de expectativa do governo brasileiro que espera ter um aliado

Lacalle Pou: “É preciso fortalecer o Mercosul e ao mesmo tempo flexibilizar o bloco para que sócio possa firmar acordos bilaterais com outros países” (Alan Santos/PR/Flickr)

São Paulo — Ao tomar posse neste domingo, 1, o novo presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, defendeu o fortalecimento do Mercosul e a flexibilização para países fecharem acordos bilaterais. Com o presidente Jair Bolsonaro na cerimônia, o novo líder uruguaio disse ainda que questões ideológicas dos membros do bloco não podem atrapalhar no avanço dos interesses comuns. Lacalle Pou disse que trabalhará para concluir o acordo do Mercosul com a União Europeia.

“É preciso fortalecer o Mercosul e ao mesmo tempo flexibilizar o bloco para que sócio possa firmar acordos bilaterais com outros países. Queremos terminar o processo de internalizar o tratado firmado pelo Uruguai e o Mercosul com a União Europeia”, disse o presidente uruguaio.

Em seu pronunciamento, Lacalle Pou reafirmou que se manterá distante das questões ideológicas e defendeu o pragmatismo no Mercosul para que os países alcancem interesses comuns.

“Não deve importar a orientação de cada um dos membros do Mercosul. Para afiançar nossos interesses comuns, devemos deixá-los de lado, reduzidos às questões particulares de cada país. Se deixamos de lado essas questões ideológicas que nos podem diferenciar, o bloco vai se fortalecer no cenário internacional”, disse.

Ao sair do parlamento, onde ocorreu a primeira parte da cerimônia de posse no Uruguai, o presidente Jair Bolsonaro acenou e fez uma reverência para o pequeno público no local. Houve vaias e aplausos de pessoas com bandeiras do Uruguai. O brasileiro é um dos seis chefes de Estado que participam da cerimônia de posse de Luis Lacalle Pou.

O momento que marca a volta do centro-direita ao poder no Uruguai, após 15 anos de governos da Frente Ampla (esquerda), é cercado de expectativa do atual governo brasileiro que espera ter um aliado de primeira hora em temas regionais. Do lado uruguaio, no entanto, a perspectiva de analistas locais é que o novo mandatário adotará uma postura pragmática: buscará aproximação comercial e nas negociações do Mercosul, mas se manterá à distância nas pautas ideológicas de Bolsonaro.

O posicionamento tem uma justificativa. Bolsonaro é mal visto pela população uruguaia e está mais à direita que Lacalle Pou, do Partido Nacional. Mais ao centro, o novo presidente do Uruguai chegou ao poder com uma vitória apertada, com uma diferença de cerca de 1%, sobre o candidato esquerdista Daniel Martínez. Associar-se integralmente ao colega brasileiro traria também prejuízos internos.

Logo após vencer as eleições, o novo presidente do Uruguai já havia verbalizado que seu governo “não vai fazer parte de clube de amigos com base em ideologia, nem de um lado nem do outro”.

O presidente Bolsonaro está no Uruguai acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e dos ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. Também está na comitiva a presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Maria Cristina Peduzzi.

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