O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta sexta-feira (17/10) o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chefe da assessoria especial do Planalto, Celso Amorim, no Palácio da Alvorada.
O encontro, que durou cerca de três horas, aconteceu um dia depois que o chanceler se reuniu com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, para iniciar as negociações sobre as tarifas impostas pelos EUA e as penalidades contra autoridades brasileiras.
Uma nota conjunta, firmada pelos Estados Unidos e pelo Brasil, qualificou a reunião na Casa Branca como “muito positiva”.
“O Secretário Rubio, o Embaixador Greer e o Ministro Mauro Vieira concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro próximo, além de estabelecer um plano de trabalho conjunto”, afirmou o comunicado.
Além disso, a nota ressaltou que ambos os lados concordaram em começar a organizar um encontro direto entre os presidentes Donald Trump e Lula, “na primeira oportunidade disponível”.
No encontro, o chanceler reafirmou a posição do Brasil, que pede a “revogação das medidas adotadas pelo governo americano desde julho”. Esse pedido será discutido em breve, porém ainda não há definições.
Os próximos passos das negociações, como datas, formatos e equipes envolvidas, serão acertados em contatos futuros com o secretário Rubio, segundo o chanceler brasileiro.
Possível encontro entre Lula e Trump
Em entrevista coletiva após a visita à Casa Branca, Mauro Vieira revelou que a conversa com Rubio se deu em um “clima muito descontraído”, refletindo a “boa sintonia” entre os presidentes Lula e Trump durante a 80ª Assembleia Geral da ONU.
Questionado sobre a data do encontro entre os líderes do Brasil e dos EUA, o chanceler respondeu que deve acontecer em breve, mas preferiu não confirmar se será durante a Cúpula da ASEAN, prevista para o fim deste mês na Malásia, ressaltando que depende da agenda das duas partes.
Nos últimos meses, o governo brasileiro tem sofrido com diversas tarifas e sanções aplicadas pelos Estados Unidos, incluindo uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, penalidades direcionadas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a inclusão do nome de Alexandre de Moraes na lista da Lei Magnitsky.
A pressão da administração americana não está restrita ao comércio, mas também tem um viés político. O ex-presidente dos EUA declarou que o aumento das tarifas é, em parte, uma resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.