sábado, 18/10/2025
20.5 C
Brasília

Hospital se prepara para despedida de menina autista abandonada

Veja Também

- Publicidade -

Após diversas tragédias familiares, Isabela, de 16 anos, encontrou carinho ao ser acolhida no Hospital Municipal do Jardim Ingá, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. A jovem, que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA) e esquizofrenia, foi levada para a unidade após o falecimento da avó, com quem vivia em São Paulo, e a rejeição da mãe, residente nos arredores de Brasília.

Há quase quatro meses, Isabela reside em um leito de enfermaria, que virou seu quarto. O corredor do hospital se transformou em sua “sala”, onde ela descansa, sorri, brinca, dança e recebe visitas dos servidores que a acolheram com muito amor.

Inicialmente, Isabela chegou ao hospital como mais uma paciente com um quadro clínico complexo. No entanto, sua maneira serena, ingênua e autêntica encantou a todos, tornando-se parte da família dos funcionários e o xodó do hospital.

O diretor Fernando Neves conta que cuidam dela como se fosse uma filha ou irmã. Todos os dias, ele a leva para passear na área externa da unidade, e a jovem já se acostumou tanto com as caminhadas que sempre pede para sair quando o vê.

Apesar de enfrentar desafios em seu tratamento, Isabela está evoluindo. Ela tem hobbies infantis, como brincar com bolas e bonecos, e gosta de ouvir músicas e dançar. A equipe multidisciplinar que a acompanha é dedicada e a trata com muito carinho.

Contexto e evolução

Isabela morava com a avó em São Paulo, mas a morte da idosa a deixou desamparada. Ela foi levada para um abrigo em Luziânia, depois para Goiânia e retornou a Luziânia, onde ficou um mês no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Sem estrutura adequada, foi transferida para o Hospital Municipal do Jardim Ingá.

A mãe de Isabela havia entregue a guarda ao Conselho Tutelar há anos e abandonou a filha, que precisava de cuidados especiais devido à complexidade do seu quadro, que inclui episódios de agressividade.

O hospital adaptou o leito para que a menina pudesse ficar confortavelmente durante a internação psiquiátrica.

Segundo o secretário de saúde Glênio Magrini, há uma evolução significativa na saúde de Isabela. Ela terá uma transição para um centro de convivência, possibilitando contato com outras pessoas, após quase quatro meses de tratamento.

Mesmo com o diagnóstico de esquizofrenia, a jovem está com a saúde estabilizada e recebe atendimento 24 horas de uma equipe especializada, incluindo médicos, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais.

As secretarias de Saúde e Promoção Social de Luziânia, o Conselho Tutelar e a Vara da Infância trabalham juntos para planejar o futuro de Isabela, com acompanhamento do Ministério Público de Goiás. A possibilidade de adoção existe, mas será avaliada com muito cuidado, respeitando a evolução da jovem.

* Nome fictício para preservar a identidade da adolescente, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

- Publicidade -

- Publicidade -

Recentes