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Empresa oferece congelamento de cérebros para possível futura imortalidade

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A russa KrioRus cobra US$ 36 mil para congelar o corpo inteiro; especialistas classificam empresa como “puramente comercial e sem base científica”

Cérebro: empresa oferece congelamento de corpos para caso a ciência descubra forma de reviver os mortos (Arquivo/Getty Images)

Quando a mãe de Alexei Voronenkov faleceu, ele pagou para congelar o cérebro dela e armazená-lo na esperança de que descobertas científicas possam um dia trazê-la de volta à vida.

Ele é um dos 71 cérebros e cadáveres humanos – que a empresa russa KrioRus chama de “pacientes” -que flutuam em nitrogênio líquido em um dos tanques de vários metros de altura em um galpão nos arredores de Moscou.

Eles são armazenados a 196 graus Celsius negativos com o objetivo de protegê-los contra a deterioração, embora atualmente não haja evidências de que a ciência será capaz de reviver os mortos.

“Fiz isso porque nós éramos muito próximos e acho que é a única chance de nos encontrarmos no futuro”, disse Voronenkov, que pretende se submeter ao procedimento, conhecido como criogenia, quando morrer.

O chefe da Comissão de Pseudociência da Academia Russa de Ciências, Evgeny Alexandrov, descreveu a KrioRus como “uma empresa exclusivamente comercial que não possui nenhuma base científica”, em comentários ao jornal Izvestia.

É “uma especulação fantasiosa sobre as esperanças das pessoas em ressuscitar os mortos e sonhos de vida eterna”, afirmou ao jornal.

Valeriya Udalova, diretora da KrioRus, que congelou seu cachorro quando ele morreu em 2008, disse que é provável que a humanidade desenvolva a tecnologia para reviver pessoas mortas no futuro, mas que ainda não há garantia que funcione.

A KrioRus diz que centenas de clientes em potencial de quase 20 países se inscreveram no seu serviço de pós-morte.

Congelar o corpo inteiro custa 36 mil dólares e 15 mil dólares apenas para o cérebro se o cliente for russo. Os preços são um pouco mais altos para estrangeiros.

A empresa diz que é a única do setor na Rússia e região. Criada em 2005, a KrioRus possui pelo menos duas concorrentes nos Estados Unidos, onde a prática existe há ainda mais tempo.

Voronenkov disse que depositou suas esperanças na ciência. “Espero que um dia atinjamos um nível em que possamos produzir corpos e órgãos artificiais para criar um corpo no qual o cérebro de minha mãe possa ser integrado.”

A diretora da KrioRus, Udalova, argumenta que os que pagam para ter os restos mortais de seus parentes preservados estão mostrando quanto os amam.

“Eles tentam ter esperança”, disse ela. “O que podemos fazer por nossos parentes próximos da morte ou por quem amamos? Um bom enterro, um álbum de fotos”, disse ela. “Eles vão além, provando seu amor ainda mais.”

 

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