O dólar terminou o dia em baixa, cotado a R$ 5,40, refletindo um clima mais positivo nas negociações entre os Estados Unidos e a China. Esse alívio nas tensões comerciais estimulou o apetite por risco no mercado internacional, beneficiando moedas emergentes, como o real, que teve o melhor desempenho entre elas.
O real teve uma valorização importante nesta sexta-feira, puxada pelo otimismo gerado pela postura mais flexível dos EUA nas relações com a China. Eduardo Velho, economista-chefe da Equador Investimentos, destacou que a expectativa de um possível acordo entre os dois países contribuiu para essa melhora, citando também a possibilidade de redução das tarifas americanas sobre produtos brasileiros.
Durante o dia, o presidente americano Donald Trump confirmou que as relações com a China estão em um momento positivo, com negociações avançando e planos para um encontro com o presidente chinês Xi Jinping na Coreia do Sul.
O bom humor no mercado de câmbio foi acompanhado pela recuperação do índice Ibovespa, que encerrou o pregão com alta de 0,84%, refletindo a melhoria no cenário externo e a melhor percepção sobre o risco no Brasil. A valorização do real, no entanto, não foi acompanhada pelos juros futuros, que permaneceram praticamente estáveis, afetados por preocupações fiscais internas.
Kimberley Sperrfechter, economista da Capital Economics, comentou que o real foi fortemente impactado pela escalada das tensões na semana anterior, mas se estabilizou recentemente graças a uma combinação de fatores, incluindo a firmeza da política monetária brasileira.
O cenário externo também apresenta volatilidade; entretanto, a redução das tensões comerciais entre EUA e China tem proporcionado um ambiente mais favorável para os mercados, embora eventos locais e fiscais no Brasil sigam sendo pontos de atenção para investidores.
Em resumo, a perspectiva de melhora nas relações entre as duas maiores economias mundiais e o discurso conciliatório das autoridades americanas trouxeram alívio, refletido na queda do dólar frente ao real e na leve recuperação dos principais índices de ações brasileiros.