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Dólar cai em dia com pouca movimentação econômica

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Em um dia com pouca movimentação econômica no Brasil e no exterior, o dólar apresentou pequenas oscilações frente ao real na manhã de sexta-feira (17), sem um fator claro para definir uma tendência. No cenário global, a moeda norte-americana mostrou sinais mistos em relação a outras moedas.

Por volta das 9h08, o dólar estava cotado a R$ 5,436, com uma queda de 0,14%. Na quinta-feira, a moeda fechou em queda de 0,37%, cotada a R$ 5,441, enquanto a Bolsa de Valores caiu 0,28%, fechando aos 142.200 pontos.

Na última quinta-feira, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, e Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, se reuniram presencialmente na Casa Branca para tratar de assuntos bilaterais.

Após o encontro, o governo americano divulgou um comunicado afirmando que as conversas foram muito positivas e firmaram um plano de trabalho conjunto. Essa manifestação conjunta, assinada pelos dois governos, demonstra sintonia entre as partes sobre o conteúdo da reunião.

Essas informações foram divulgadas após o encerramento do mercado financeiro. Em um dia também com agenda econômica vazia, o mercado processou os dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que indicam o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. No âmbito internacional, os focos foram as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, além das expectativas sobre a política de juros nos EUA.

O IBC-Br indicou que a atividade econômica brasileira voltou a crescer em agosto, com um aumento de 0,4%, interrompendo uma sequência de três meses de queda. Contudo, o resultado ficou abaixo das expectativas, que eram de 0,6%.

Analistas explicam que essa desaceleração está relacionada ao ambiente de juros elevados e às incertezas sobre a política tarifária dos Estados Unidos.

No último encontro de política monetária, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A ata da reunião indicou que essa taxa deverá permanecer estável por um tempo prolongado, para alcançar a meta de inflação de 3% ao ano.

A economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, comenta que o dado de agosto reforça que a economia brasileira está passando por um crescimento moderado, sem risco imediato de desaceleração acentuada.

Ela acrescenta que a trajetória econômica no segundo semestre dependerá da política monetária, da confiança dos agentes econômicos e do mercado de trabalho, em um cenário fiscal e externo desafiador.

Além disso, em agosto entrou em vigor a tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, como carne, café e frutas. Espera-se que essas tarifas sejam negociadas e possivelmente reduzidas, já que Marco Rubio e Mauro Vieira iniciaram conversações para discutir as sobretaxas.

Leonel Mattos, analista da StoneX, destaca que estas conversas representam um sinal positivo para os investidores, mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer para resultados concretos.

No cenário global, as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump permanecem em destaque, especialmente nas tensões entre Estados Unidos e China, que aumentam temores de uma guerra comercial semelhante à ocorrida no início do ano.

Naquele período, Trump aplicou tarifas de 145% sobre produtos chineses, e o líder chinês Xi Jinping respondeu com tarifas de 125% sobre produtos americanos. Após meses de negociações, essas sobretaxas foram temporariamente reduzidas para 30% sobre produtos chineses e 10% sobre americanos.

Recentemente, o governo chinês anunciou controles de exportação que podem afetar o fornecimento global de terras raras, essenciais para diversas indústrias, incluindo as automobilísticas e de defesa. Empresas estrangeiras precisarão de autorização de Pequim para exportar esses materiais.

Devido a essa postura agressiva da China, o presidente Donald Trump anunciou tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro.

O Ministério do Comércio chinês respondeu afirmando disposição para o diálogo, mas declarou que está preparado para ir até o fim caso os Estados Unidos não recuem das sobretaxas. “Se os Estados Unidos escolherem o confronto, a China irá até o fim; se optarem pelo diálogo, nossa porta permanecerá aberta”, afirmou um porta-voz na terça-feira.

Na quinta-feira, a China criticou a interpretação americana sobre os controles chineses, acusando-os de criar pânico desnecessário. Declarou que desde que as licenças de exportação estejam corretas e para uso civil, serão aprovadas.

Enquanto as duas maiores economias do mundo evitam aumentos tarifários retaliatórios recentemente, cada confronto verbal entre Washington e Pequim pode prejudicar uma possível reunião entre Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul no final do mês, encontro que tem sido fundamental para a estabilidade dos mercados.

Leonel Mattos lembra que a trégua temporária nas tarifas expira em 12 de novembro, e que negociações mais tensas deverão ocorrer nos próximos dias, com os países tentando mostrar suas melhores cartas antes dos encontros.

O mercado também está atento à possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, após discurso do presidente da entidade, Jerome Powell, que indicou que um corte de 0,25 ponto percentual ainda é provável. Ele ressaltou fraqueza no mercado de trabalho e inflação estabilizada.

Julia Coronado, fundadora da MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed, afirmou que um corte de juros em outubro é praticamente certo, já que os riscos no mercado de trabalho persistem.

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