sábado, 18/10/2025
28.5 C
Brasília

Bolivianos votam em segundo turno histórico

Veja Também

- Publicidade -

Os bolivianos irão às urnas neste domingo (19/10) para escolher o próximo presidente do país. Este é o segundo turno histórico na Bolívia, disputado por dois candidatos de direita, marcando o fim de duas décadas de governos de esquerda.

O senador Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), e o ex-presidente Jorge Quiroga, da coalizão Libre, ambos adversários do atual governo, conseguiram capitalizar o descontentamento com o Movimento ao Socialismo (MAS) para chegar a esta fase final.

As eleições ocorrem em meio a uma grave crise econômica, com inflação acima de 23% ao ano, falta de dólares, produtos básicos e, sobretudo, combustíveis, cuja escassez se agravou nos últimos dias.

A população enfrenta grandes dificuldades para conseguir abastecer, com filas que chegam a durar horas em La Paz e até dias no interior. A falta de diesel afeta o transporte de mercadorias e compromete a economia do país.

Em Santa Cruz, também não é diferente, com problemas para ir ao trabalho e levar as crianças à escola devido à falta de gasolina e diesel, que alimenta o transporte público e máquinas agrícolas.

A crise econômica emergiu como tema central da campanha, superando questões como os incêndios que queimaram 12 milhões de hectares em 2024, o combate ao narcotráfico e a crise de legitimidade das instituições.

Perfil dos candidatos

Jorge “Tuto” Quiroga é um político experiente, que se identifica como de direita. Já foi ministro da Economia, vice-presidente e presidente da Bolívia. Conhecido como tecnocrata, resideu nos Estados Unidos por vários anos e afirma ter acesso a instituições internacionais para ajudar o país.

Rodrigo Paz é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora. Considerado carismático, construiu sua campanha focando no contato direto com a população, especialmente em áreas remotas. Seu programa enfatiza a resolução da crise sem depender do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Desafios para o futuro presidente

Independentemente do vencedor, a governabilidade será um desafio, especialmente na formação de alianças políticas para restaurar a credibilidade entre a população. Um corte nos subsídios dos combustíveis, medida difícil, será crucial para a recuperação econômica.

Fortalecer as instituições e reconstruir o Estado de Direito serão também prioridades para garantir estabilidade e implementar reformas necessárias. O crescimento do crime organizado constitui outra preocupação urgente.

A influência de Evo Morales

O ex-presidente Evo Morales, que enfrenta ordens de prisão por acusações de tráfico de menores, permanece na região do Chapare, protegido por seus seguidores. Embora impedido de concorrer, contribuiu para que votos nulos alcançassem quase 19% no primeiro turno.

A forma como o novo presidente lidará com Evo Morales e o MAS será fundamental para o futuro político da Bolívia, pois este partido continua representando setores populares e indígenas, mesmo diante da crise econômica.

Se Quiroga for eleito, deve esperar uma relação confrontativa com Morales. Embora menos explícito, Paz também terá que enfrentar essa questão caso assuma o governo.

- Publicidade -

- Publicidade -

Recentes