sexta-feira, 07/11/2025
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Bactérias sob gelo do Ártico ajudam crescimento de algas marinhas

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Cientistas descobriram que bactérias presentes sob o gelo do Oceano Ártico contribuem para a nutrição das algas marinhas, que são fundamentais para a cadeia alimentar marinha. Esta pesquisa é pioneira ao mostrar que organismos congelados auxiliam na fixação do nitrogênio, um elemento crucial para as algas.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e publicado na revista Communications Earth & Environment. Instituições europeias também participaram da pesquisa.

Essas bactérias conseguem realizar a fixação de nitrogênio, transformando o gás dissolvido na água em amônio. Esse processo nutre as próprias bactérias e as algas, beneficiando toda a cadeia alimentar da região.

“Até então, imaginava-se que a fixação de nitrogênio não acontecia sob o gelo marinho, pois se pensava que as condições eram ruins para esses organismos. Estávamos enganados”, afirma a autora principal do estudo, Lisa W. von Friesen, da Universidade de Copenhague.

Os pesquisadores observaram que a maior parte da fixação de nitrogênio ocorre nas bordas do gelo, onde o degelo é mais intenso. Esse processo é potencializado pelas mudanças climáticas, que reduzem a cobertura de gelo e aumentam a disponibilidade de nitrogênio no ecossistema.

Segundo Lisa, as estimativas anteriores subestimavam a quantidade de nitrogênio no Oceano Ártico, o que indica que o potencial para o crescimento das algas também foi subavaliado.

Esse ciclo é vantajoso para ambos os seres: as bactérias se alimentam da matéria orgânica dissolvida pelas algas e liberam nitrogênio fixado, que contribui para o crescimento das algas.

“Para o clima e o meio ambiente, esta é uma notícia positiva. Se a produção de algas aumentar, o Oceano Ártico poderá absorver mais CO2, pois mais dióxido de carbono será capturado na biomassa das algas. No entanto, os sistemas biológicos são complexos, e outros fatores podem influenciar de maneira diferente”, comenta o pesquisador Lasse Riemann, também da Universidade de Copenhague.

Os autores destacam que a fixação de nitrogênio deve ser incluída em futuras projeções sobre o Oceano Ártico. Riemann conclui que é essencial considerar esse processo para prever as mudanças no Oceano Ártico com o derretimento do gelo marinho nas próximas décadas.

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