Antes do amanhecer do sábado, 18 de outubro, homens armados dispararam contra o escritório de um candidato sunita nas eleições legislativas do Iraque, resultando em dois feridos.
Este atentado ocorreu poucos dias após o assassinato de outro candidato, conforme relatado por fonte de segurança à AFP.
O ataque ao escritório do candidato Mouthanna al-Azzawi aconteceu na região de Youssoufia, cerca de 25 quilômetros ao sul da capital Bagdá. Dois seguranças ficaram feridos e os atacantes conseguiram fugir.
Al-Azzawi, que faz parte do Conselho Provincial de Bagdá, condenou veementemente este ato covarde em sua página no Facebook, afirmando que tais ações não impedirão o seu compromisso de servir ao povo e garantindo que os responsáveis serão punidos.
O candidato integra uma coalizão formada por pequenos partidos e líderes sunitas liderada por Mouthanna al-Samarraï.
Na quarta-feira, 15 de outubro, o candidato Safaa al-Mashhadani, também do Conselho Provincial de Bagdá, foi assassinado por uma explosão de artefato sob seu carro em Tarmiya, a aproximadamente 40 quilômetros ao norte da capital.
Al-Mashhadani concorria nas eleições legislativas pela maior coalizão sunita, liderada por Khamis al-Khanjar e pelo presidente do Parlamento, Mahmoud al-Mashhadani. Esta coalizão classificou o assassinato como um crime covarde e parte de uma política de exclusão e traição, conduzida por forças armadas fora de controle que tentam calar vozes independentes nacionais.
Investigação oficial
O primeiro-ministro do Iraque, país com maioria xiita, Mohamed Chia al-Soudani, determinou a abertura de investigação sobre o atentado contra Safaa al-Mashhadani e a captura dos responsáveis pelo crime.
O Parlamento iraquiano, composto por 329 membros, é dominado por uma coalizão de partidos xiitas pró-Irã. As eleições que ocorrerão em novembro serão as sextas desde a invasão americana de 2003, que derrubou o presidente Saddam Hussein.
Desde então, o sistema político do país prevê uma divisão de poder tradicional: o cargo de primeiro-ministro fica com um muçulmano xiita, o presidente é geralmente um curdo, e a presidência do Parlamento é ocupada por um muçulmano sunita.