quinta-feira, 25/04/2024
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Jacob Zuma cede e renuncia como presidente da África do Sul

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Apesar de afirmar que “não concorda” com a manobra, Zuma explicou que sempre foi “um membro disciplinado” do partido. EFE

Jacob Zuma anunciou nesta quarta-feira que renunciou ao cargo de presidente da África do Sul em cumprimento das ordens de seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), que tinha lhe dado um ultimato para deixar a presidência.

“Cheguei à decisão de renunciar como presidente da república com efeitos imediatos”, comunicou Zuma em um discurso público realizado pouco antes da meia-noite (horário local), hora do fim do prazo concedido pelo CNA sob a ameaça de forçar sua saída nesta quinta-feira através de uma moção de censura no parlamento.

Apesar de afirmar que “não concorda” com a manobra, Zuma explicou que sempre foi “um membro disciplinado” do partido, cujas normas internas obrigam todos os seus filiados a acatarem às ordens da cúpula, inclusive os que ocupam cargos escolhidos através do voto.

“O CNA jamais deverá estar dividido em meu nome”, comentou o agora ex-presidente, em um pedido para que não haja incidentes violentos devido a sua saída forçada.

Apesar de acatar à decisão do CNA, Zuma dedicou a maior parte de seu discurso a argumentar que considera que a legenda não seguiu os meios apropriados, já que é o povo, através de seus representantes (os membros do parlamento), que deveria se encarregar de definir a saída de seus líderes.

“Não aceitei servir para sair do escritório do presidente com acordos e benefícios. É o meu partido que me coloca acima dos representantes do povo”, ressaltou Zuma.

O agora ex-presidente também não considera que a via da moção de censura seria humilhante para ele, como alegaram vários integrantes da cúpula do CNA, já que este é o mecanismo apropriado estabelecido pela Constituição que ele jurou servir.

“Nenhum líder deveria buscar uma saída fácil”, opinou Zuma.

Além disso, o agora ex-mandatário criticou que o partido em nenhum momento lhe deu motivos concretos para renunciar, assim como a pressa em realizar os trâmites, algo que aconteceu depois que o vice-presidente de governo, Cyiril Ramaphosa, assumiu a presidência da legenda em dezembro.

Apesar de tudo, Zuma garantiu que seguirá a serviço do histórico movimento de libertação, o mesmo pelo qual militaram figuras históricas da luta contra o Apartheid, como Nelson Mandela.

O debate sobre a saída prematura de Zuma, que tinha mandato até 2019, se agravou por sua péssima imagem e pelos graves escândalos de corrupção que o rodeiam.

O agora ex-presidente está envolvido em várias acusações, entre elas quase 800 por corrupção relativa a contratos de armas do fim dos anos 1990 e as investigações por ter utilizado o Estado para favorecer empresários ligados a ele com concessões públicas milionárias.

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